O debate nas redes sociais sobre as questões políticas nacionais, especialmente sobre as reformas (Terceirização, Previdência), se intensificou com a divulgação de mais uma lista de políticos envolvidos em corrupção. Calma, eu percebi! Políticos, corrupção… “sinônimos”, né?
As postagens são para expor indignação e revolta. De explodir uma bomba no Congresso, a reconhecer a própria responsabilidade diante da ruína moral do Legislativo brasileiro, são muitas as análises sobre o significado da lista de Fachin e outros episódios recentes.
Mas uma questão é comum, entre internautas revoltados, indignados, decepcionados, sarcásticos: por que nosso país é tão corrupto?
Essa interrogação permeia nossa mente a cada escândalo.
Os estudiosos do universo social entendem e explicam essa natureza infame dos nossos políticos.
Mesmo assim, ainda nos surpreendemos com a recorrência de escândalos sobre malversação do dinheiro público.
Ninguém nasce corrupto. Nem os políticos!
Esses se tornam corruptos ao misturar o público com o privado, ao buscar sempre o jeitinho, ao deparar-se com as facilidades que lhes são oferecidas.
Para analisar o caso Odebrechet, a máquina de fazer corrupção, recorro ao mestre em Ciência Política, Fábio Ostemann, que diz:
“Vemos em curso no país o desenvolvimento de um perigoso “capitalismo de compadres”. Torna-se cada vez mais rentável para uma empresa o investimento em “empreendedorismo político” e o atendimento às demandas de agentes públicos – em contraposição ao empreendedorismo de mercado, buscando a inovação e o atendimento às necessidades do consumidor”.
E segue o cientista:
“Quando tarefas tão prosaicas e, ao mesmo tempo, tão vitais ao crescimento e desenvolvimento do país, como a abertura de um negócio, a obtenção de uma licença ou o pagamento de tributos tornam-se tão complexas, é natural, e até instintivo, que os agentes busquem maneiras de contornar tais obstáculos. Acaba se tornando uma questão de sobrevivência em muitos casos. Some-se a isso a falta de uma cultura de transparência e prestação de contas por parte dos poderes públicos e um sistema penal leniente e temos um terreno fértil para a corrupção em suas diversas formas”.
Ajuda a entender!
Mas não há dúvida que a indignação da sociedade é justa, né?
Quero ver quando chegarmos à fase da revolta.
Punossasinhora, dr. Fachin, num empurra não! Vai que esse motor pega?