19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Cotidiano

A pracinha do acarajé, um ponto tradicional da capital alagoana

A pracinha do Acarajé é um dos pontos pontos mais frequentados da orla de Maceió nos fins de semana. Tudo pela iguaria africana.

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A pracinha já é ponto de encontro de  velhos amigos
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É muita fritura, mas há quem goste e muito
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O recheio com pimenta e sem ela.

A chamada pracinha do Aracajé na Ponta Verde já é um tradicional para cerveja gelada e a degustão da iguaria de origem africana, poularizado no Brasil pelas negras baianas de Salvador. Final de semana na praça é uma benção para os donos do negócio que vendem em média 500 acarajés, cada um. Segundo Eduardo França, um dos vendedores no local.

O bolinho recheado com vinagrete e camarão é cobrado a R$ 6,00. Normalmente o cliente chega para consumir com um refrigerante bem gelado ou mesmo uma cerveja. Há quem prefira pimenta bem forte para contrastar com o gelado da bebida preferida.

Vitor Braga costuma frequentar a praça com o pai e não come menos três acarajés. É fanático pelo bolinho que é feito à base do feijão de corda braco ou feijão fradinho. Saborear o acarajé quase todos os domingos já faz parte da rotina do adolescente, que não dispensa o refrigerante estupidamente gelado. Mas não é só ele. Há famílias inteiras que entre 10 horas da manhã e 14 horas praticamente almoçam no local. Também no fim de tarde a pracinha fica cheia de frequentadores que não dispensam uma boa conversa e o consumo do bolinho de feijão frito.

A praça virou ponto de encontro de moradores dos prédios do entorno, graças a visão que se tem do mar e temperatura mais amena no local, em função os ventos que demandam beira mar da Ponta Verde. Sem falar no convidativo cheiro do acarajé que toma conta do ar. “Eu não me sacio, às vezes, só com o cheiro acarajé”, disse Régia Oliveira, que não dispensa uma passada na pracinha nos fins de semana.

Origem – O acarajé é uma comida ritual da orixá Iansã. Na África, na língua iorubá, é chamado de àkàrà, que significa “bola de fogo”, enquanto que je possui o significado de “comer”. No Brasil, foram reunidas as duas palavras numa só, acara-je, ou seja, “comer bola de fogo”. “Acará” também é o nome de um pedaço de algodão embebido em azeite que era colocado em chamas e engolido pelos filhos de santo para estes provarem que estavam em transe, nos rituais de candomblé (daí, a expressão “bola de fogo”).

Vitor: fã do acarajé.
Vitor: fã do acarajé.
Três acarajés  devorados.
Três acarajés devorados.
Ricardo: 500 vendidos
Eduardo França: vendedor.