26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Abecs defende no Banco Central mudanças na compras por cartão

Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito e Serviços, dominada pelos grandes bancos, defende a volta de uma espécie de crediário nas compras do brasileiro

O Banco Central avalia a criação do parcelamento com juros no cartão de crédito, uma tradição brasileira que representa aproximadamente R$ 400 bilhões, equivalente a 7% do PIB do país.

A Abecs (Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), dominada pelos grandes bancos, defende a volta de uma espécie de crediário nas compras do brasileiro.

As negociações entre os representantes dos emissores de cartões e o Banco Central estão centradas em uma linha de financiamento via cartão de crédito que teria a incidência de juros e prazo maior para pagamento, em uma forma de concorrer com a opção parcelada sem juros, que já vem com taxas de forma velada.

A proposta apresenta pontos problemáticos para o consumidor, como a taxa de juros, estimada em 3% ao mês. Entidades condenam a iniciativa por prejuízos ao comércio e aos consumidores, neste que seria um retrocesso que prejudica consumidor e economia.

Ao possibilitar dividir um produto de 100 reais em 24 meses, por exemplo, como pagamento final chegando a mais de 130 reais, em pouco tempo, mais se endividariam.

Abranet

Vendas parceladas sem juros representam mais de 50% das vendas com cartão. Quando substituiu o cheque pré-datado, décadas atrás, diminuiu os custos para consumidores, lojistas e aumentou a eficiência do sistema.

Na visão da Abranet (Associação Brasileira de Internet), com uma nova regra de juros o cliente pode se endividar mais, pois encarece o uso do cartão. Além de pagar os juros mensais na nova modalidade de parcelado (com juros), o consumidor continuará exposto a juros de parcelamento e rotativo (mais de 100% ao ano).

E o cheque pré-datado e o papel-moeda voltariam à cena, o que onera o lojista (fraudes, roubo, manuseio de papel moeda, cheques sem fundo etc) e expõe o consumidor aos problemas antigos, bem como aos altos juros do cheque especial.