As influências políticas na Procuradoria Geral da República (PGR) se acentuam agora no governo de Michel Temer, ao ponto do Procurador Rodrigo Janot, exonerar do cargo a vice-procuradora Ela Wieko e colocar um nome sugerido pelo senador Aécio Neves, segundo revelou o colunista Luis Nassif.
“Ontem Janot abriu mão das sutilezas, dos rapapés, das manobras florentinas, dos disfarces para sustentar a presunção de isenção e rasgou a fantasia, nomeando o subprocurador Bonifácio de Andrada para o lugar de Ela Wieko, na vice-Procuradoria Geral”, disse Nassif, acrescentando em seguida: – Não se trata apenas de um procurador conservador, mas de alguém unha e carne com Aécio Neves e com Gilmar Mendes.
Ainda segundo ele, as acusações contra o senador, apontado na pré-delação da OAS como beneficiário de propinas na Cidade Administrativa, desaparecerão de vez do noticiário e da PGR, uma vez que o próprio Janot anulou as delações do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, que havia declarado a liberação de propinas milionárias para Aécio, José Serra, Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha, Romero Jucá, Moreira Franco e Michel Temer.
Nassif diz que o acordo entre Janot e Aécio criou arestas dentro da própria PGR devido a contrariedade de profissionais não comprometidos com “a dramaturgia e a hipocrisia dourada de Janot”.