19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Acordo de Janot para salvar Aécio Neves, Temer e amigos gera confusão na PGR

Vice-procuradora é demitida e em seu lugar assumiu subprocurador sugerido pelo senador tucano

As influências políticas na Procuradoria Geral da República (PGR) se acentuam agora no governo de Michel Temer, ao ponto do Procurador Rodrigo Janot, exonerar do cargo a vice-procuradora Ela Wieko e colocar um nome sugerido pelo senador Aécio Neves, segundo revelou o colunista Luis Nassif.

“Ontem Janot abriu mão das sutilezas, dos rapapés, das manobras florentinas, dos disfarces para sustentar a presunção de isenção e rasgou a fantasia, nomeando o subprocurador Bonifácio de Andrada para o lugar de Ela Wieko, na vice-Procuradoria Geral”, disse Nassif, acrescentando em seguida: – Não se trata apenas de um procurador conservador, mas de alguém unha e carne com Aécio Neves e com Gilmar Mendes.

Ainda segundo ele, as acusações contra o senador, apontado na pré-delação da OAS como beneficiário de propinas na Cidade Administrativa, desaparecerão de vez do noticiário e da PGR, uma vez que o próprio Janot anulou as delações do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, que havia declarado a liberação de propinas milionárias para Aécio, José Serra, Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha, Romero Jucá, Moreira Franco e Michel Temer.

Nassif diz que o acordo entre Janot e Aécio criou arestas dentro da própria PGR devido a contrariedade de profissionais não comprometidos com “a dramaturgia e a hipocrisia dourada de Janot”.