26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Acusado de corrupção, Michel Temer vai depor à Polícia Federal

A determinação é do relator da Lava Jato, ministro Edson Fachin, do STF

O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (30) a Polícia Federal a interrogar o presidente Michel Temer (PMDB) no inquérito em que ele é investigado com base nas delações premiadas de Joesley Batista e Wesley Batista, donos da empresa JBS, à Procuradoria-Geral da República.

Temer: depoimento à PF

De acordo com Fachin, que atendeu a questionamento do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre a forma como o depoimento deveria ser colhido, a PF deve enviar perguntas ao presidente por escrito e Temer terá 24 horas, após a entrega das perguntas, para responder ao questionamento.

Fachin também determinou o envio imediato do inquérito que investiga o presidente à Polícia Federal, para conclusão das investigações. De acordo com o ministro, isso deverá ser feito no prazo de até dez dias.

Na última semana, Janot enviou ao STF pedido para tomar o depoimento do presidente Michel Temer, do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e do então deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), também afastado das funções, que estava no lugar ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio (Serraglio decidiu hoje voltar à Câmara).

O procurador-geral justificou a Fachin que há investigados presos — Andréa Neves e Frederico Pacheco de Medeiros, irmã e prima de Aécio, e Mendherson Souza Lima —. Além disso, explicou que, por este motivo, o prazo para a conclusão da investigação por parte da Polícia Federal e da própria apresentação da denúncia pela Procuradoria-Geral da República (PGR) é mais curto.

No documento, Janot também defendeu a validade das gravações entregues pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, e contestadas pela defesa de Michel Temer. O empresário entregou à PGR e ao STF gravações com o presidente da República, com Aécio e com Loures. A PGR sustenta que Temer, em suas últimas declarações públicas, não negou o encontro com o empresário, no Palácio do Jaburu e fez “confissão expontânea”.