18 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Agência de risco rebaixa nota do Brasil

Ministro da Fazenda acredita que nota pode ser revista se reformas passarem

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s reduziu na noite desta quinta-feira (11) a nota de crédito da dívida soberana do Brasil de BB para BB-. Assim como pessoas físicas e jurídicas, o crédito de seus países são avaliados e quanto melhor a nota, melhores as condições em investimento.

O Brasil perdeu o grau de investimento da S&P, uma espécie de “selo de bom pagador”, em setembro de 2015. Desde então, a S&P e as outras duas principais agências, a Moody’s e a Fitch, fizeram sucessivos cortes na nota do país.

A S&P informou que o Brasil está demorando para implementar as reformas que reduzam os riscos fiscais do país, principalmente a da Previdência. “Apesar de vários avanços da administração Temer, o Brasil fez progresso mais lento que o esperado em implementar uma legislação significativa para corrigir a derrapagem fiscal estrutural e o aumento dos níveis de endividamento”, justificou a agência.

Com o novo rebaixamento feito pela S&P, o país fica três níveis abaixo do grau de investimento. Ao mesmo tempo, a perspectiva para o rating brasileiro foi elevada de negativa para estável, significando que a agência terá de esperar pelo menos seis meses para alterar a nota do país.

Ministério da Fazenda

O Ministério da Fazenda avalia que a nota pode ser revertida se houver retomada do crescimento da economia devido a medidas macro e microeconômicas e à aprovação da reforma da Previdência.

“Sempre contamos com o apoio e com a aprovação das medidas necessárias para o país pelo Congresso Nacional e temos certeza que o mesmo continuará a trabalhar em favor das reformas e do ajuste fiscal fundamentais para o Brasil”, disse o ministério em nota.

O corte foi uma derrota para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que no final do ano passado conversou com as principais agências de classificação de risco para tentar convencê-las a só decidir sobre um eventual rebaixamento da nota de crédito do Brasil em fevereiro, após a votação da reforma da Previdência.