27 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Aliados querem trocar impeachment de Dilma pela permanência de Cunha

Mas, lideres partidários insistem na cassação do presidente da Câmara que recebeu U$$ 6 milhões de propina

Eduardo Cunha: complicado
Eduardo Cunha: complicado

O imbróglio da cassação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardi Cunha (PMDB) é mais complicado do que se imagina. Os aliados de Cunha, que têm boicotado as sessões da comissão de ética, estão propondo uma troca aos lideres partidários que defendem o afastamento de Cunha do mandato.

A ideia é uma troca: Eles passam a apoiar de imediato o impeachment da Presidente Dilma Rousseff em troca da permanência de Eduardo Cunha no parlamento e comandando a Câmara.

Mas, ainda assim, seis partidos promovem na Câmara uma série de providências contra a permanência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alvo de processo de cassação no Conselho de Ética, no comando da Casa. Depois de reunião de lideranças partidárias, Psol, Rede, PSDB, DEM, PPS e PSB decidiram, nesta terça-feira, 24, boicotar qualquer reunião da Mesa Diretora, formalidade em que o colégio de líderes analisa a pauta legislativa e delibera sobre questões administrativas.

Além disso, para pressionar pela celeridade dos trabalhos de investigação, o grupo também vai partir em comitiva às reuniões do Conselho, que neste momento se reúne para apreciar o parecer pela admissibilidade do processo por quebra de decoro contra Cunha, trabalho que coube a Fausto Pinato (PRB-SP).

Além das ações legislativas, as legendas preparam representação, a ser entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR), para pedir o afastamento de Cunha da Presidência da Câmara. O documento será levado à PGR amanhã (quarta, 25), em audiência marcada para 18h com o procurador-geral, Rodrigo Janot, e alegará que o peemedebista faz uso do cargo para atrapalhar as investigações do Conselho e influenciar as ações de membros do colegiado.

Em outra frente, Psol, Rede, PPS e PSB decidiram também obstruir todas as votações do Plenário da Câmara, cuja pauta é decidida por Cunha com o aval de seus aliados na Mesa Diretora. PSDB e DEM ainda não decidiram sobre esse item, e informam que consultarão as respectivas bancadas para tomar uma posição.