26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Apesar das vozes das ruas, tudo será como antes para os políticos

o giganteEnquanto o movimento das ruas faz o colorido festivo de algumas ensolaradas tardes de domingos nas capitais, defendendo o impeachment, a volta da ditadura militar e do Comando de Caça aos Comunistas, nas casas legislativa tudo continua como antes.

Ou seja, a Câmara desautorizou o Senado e devolveu às campanhas eleitorais o direito de receber doações das empresas privadas. O  senadores haviam proposto uma minirreforma eleitoral vetando as doações das “Odebrechet da vida” a candidatos.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), investigado por receber U$ 6 milhões de propina do petrolão, liderou a defesa da proposta para que as grandes empreiteiras continuem a doar dinheiro para as campanhas.

Agora imagine no pobre interior de Alagoas, as prefeituras deixarem de lado o veículo do transporte escolar das crianças da zona rural por conta de um pneu furado e logo contratarem empresas de locação da capital para atender essa e outras demandas?

Os valores dos contratos são sempre milionários e nas barbas dos órgãos fiscalizadores que, pelas conveniências de praxe, fecham os olhos. Em tempos de campanha eleitoral essas relações de contratante e contratado se estreitam de forma legal e ilegal também.

São as nuances de um Brasil que se dividiu no pós-eleitoral não por princípios, mas absolutamente por interesses. As lideranças políticas – cada vez mais toscas – remetem a isso.

E assim a maré das ruas vai agindo a cada evento programado. A maioria sequer sabe em que vereador votou nas últimas eleições. E quando sabe não lembra exatamente por que o fez ou no mínimo tem vergonha de dizer.

Assim, as lideranças que lá estão encasteladas em seus mandatos – no Executivo, Legislativo e no Judiciário – quando falam das vozes das ruas o fazem da boca pra fora.

E os líderes sabem muito bem o porquê.