20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Interior

Após três dias de caminhada marcha dos Sem Terra chega a Maceió

Ato em defesa da democracia, da reforma Agrária e contra o golpe reúne assentados e acampados de todas as regiões do Estado

Foto: Gustavo Marinho / Assessoria MST
Foto: Gustavo Marinho / Assessoria MST

Em caminhada desde a última segunda-feira (25), assentados e acampados de todas as regiões do estado de Alagoas organizados nos movimentos CPT, MLT, MLST, MST, MTL, MVT e Terra Livre chegam a Maceió na tarde desta quinta-feira (28).

Eles saíram de União dos palmares e percorreram cinco cidades levando á sociedade uma mensagem em defesa da Reforma Agrária como estratégia fundamental para o desenvolvimento de Alagoas e do Brasil. Mas também se posicionam “pela democracia e contra o golpe que ameaça os direitos da classe trabalhadora”.

“Nossa Marcha representa a organização e a resistência necessária para a classe trabalhadora nesse momento histórico”, afirma Margarida da Silva, da direção nacional do MST, sobre a Marcha em Defesa da Reforma Agrária, da Democracia e Contra o Golpe, que, segundo os organizadores, reúne cerca de 1500 trabalhadores rurais.  

Na chegada em Maceió os marchantes realizam, na Universidade Federal de Alagoas (Campus A. C. Simões), um ato político e cultural com a participação de diversas organizações populares, marcado para às 18h na frente da Reitoria da Universidade.

“É preciso que a gente possa denunciar o golpe que a elite brasileira está querendo dar em nosso país e nos colocarmos em luta e mobilização permanente contra qualquer tipo de ataque a democracia e aos direitos da classe trabalhadora”, disse a dirigente.

Para Josival Oliveira, do MLST, foi a força e a esperança dos trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra de Alagoas o principal combustível para que a marcha percorresse os mais de 80 km.

“Nossa Marcha já é um marco histórico pela possibilidade de diálogo com a sociedade, da organização dos camponeses e camponesas e do exercício da unidade dos movimentos de luta pela terra do nosso estado”, afirmou Josival. “Nossa bravura será lembrada por muito tempo! Enquanto uma corja do que há de pior na nossa política montam um golpe na classe trabalhadora, nós estávamos no sol ou na chuva defendendo a democracia e os nossos direitos bravamente conquistados”.

Foto: Gustavo Marinho / Assessoria MST
Foto: Gustavo Marinho / Assessoria MST

De acordo com Josival, o ato político na Ufal além de marcar a chegada da Marcha na capital, reforça a necessidade da ocupação dos espaços universitários pela classe trabalhadora.

Os Sem Terra montam acampamento na Universidade onde na próxima sexta (29) participam de diversas atividades com a comunidade acadêmica, entre elas a manutenção do canteiro do projeto “Ufal em defesa da vida”, que os camponeses plantam simbolicamente 21 mudas em memória aos assassinados no massacre de Eldorado dos Carajás que completou 20 anos de impunidade em 2016.

Os marchantes continuam na capital onde organizam-se para participar do ato do dia do trabalhador e da trabalhadora no próximo domingo (01).

“Nós precisamos continuar sonhando para construir a nossa história, pois ninguém irá fazê-la. Nossa marcha deve seguir com muitos sonhos no horizonte”, ressaltou Irmã Cícera, da Comissão Pastoral da Terra.