20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Até Roberto Jefferson criticou o vídeo da filha não-ministra

Cristiane aparece em uma lancha, cercada de homens sem camisa e criticando a justiça trabalhista do país

O presidente nacional do PTB e pai de Cristiane Brasil, Roberto Jefferson (RJ), afirmou nesta terça-feira (30) que a repercussão do vídeo com a filha questionando “quem tem direito” de entrar com ações na Justiça, especialmente na do Trabalho, “fala por si”.

Nesta segunda (29), o vídeo em que Cristiane aparece em uma lancha, cercada de homens sem camisa gerou reações negativas nas redes sociais.

“Sobre o vídeo, a repercussão fala por si. Também teve muita deturpação. Eram famílias no barco, havia crianças passando. Dito isso, penso que uma figura pública deve se portar como uma figura pública, e usar ferramentas como Facebook e Instagram apenas em caráter institucional”, escreveu Roberto Jefferson no Twitter.

Ministério do Trabalho

O governo continua com a indicação de Cristiane Brasil ao ministério por uma “questão institucional” derivada da batalha judicial, segundo um assessor de Temer.

Mas o caso é, como sempre, político: o presidente Temer precisa dos votos do PTB para a votação da reforma da previdência, agora em fevereiro. E o presidente do partido, pai de Cristiane, quer de qualquer maneira a filha ministra. E sem ela, lá se vão os votos

Ao mesmo tempo, o Planalto espera que o PTB indique outro nome para a pasta para encerrar o imbróglio.

Cristiane Brasil foi anunciada pelo presidente Michel Temer ministra do Trabalho em 3 de janeiro, mas foi impedida de tomar posse por força de uma decisão liminar (provisória) do juiz Leonardo da Costa Couceiro, da 4ª Vara Federal de Niterói, proferida em 8 de janeiro.

A deputada foi condenada a pagar R$ 60 mil a um de seus motoristas e fez acordo com outro profissional, pagando R$ 14 mil para evitar uma condenação. Além disso, parte de sua verba como deputada teria desviada para a tia da Chefe de Gabinete.

Contra a liminar, a Advocacia-Geral da União (AGU) e a defesa da parlamentar apresentaram agravos de instrumento. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) negou, liminarmente, os pedidos da União e de Cristiane Brasil.