O senador Benedito de Lira foi a voz mais forte na negociação que o prefeito Rui Palmeira tentou fazer com o PMDB para receber apoio do senador Renan Calheiros e do governador Renan Filho ao projeto de reeleição do prefeito de Maceió.
Tudo caminhava a passos largos e todos estavam felizes em campo, mas esqueceram de uma pedra que havia no meio do caminho. E não era qualquer pedra.
Ao perceber as tratativas do PSDB e do prefeito para ter o apoio do PMDB na capanha eleitoral deste ano, o senador e seu filho, o deputado federal Arthur Lira, ambos do PP, responsáveis diretos pelos investimentos da campanha eleitoral passsada e da maioria dos recursos federais nos cofres da Prefeitura, logo sentiram que estavam sendo jogado às traças e trataram de agir.
– Se o acordo for fechado o PP sai e lança candidato. – O aviso foi do senador, de forma serena, mas determinada.
Lira, que nunca foi da tese da chapa única defendida pelo deputado federal Ronaldo Lessa (PDT) e quase que a vida inteira fez oposição ao PMDB, tinha a clareza de que se juntar agora no fim de carreira não iria engrandecer em nada o seu currículo, como disse um correligionário dele.
O vice-prefeito Marcelo Palmeira, enteado de Benedito, estava prestes a ser rifado na composição do PMDB com o prefeito, mas como o senador avisou que não iria aceitar traição à essa altura do campeonato, o jogo então teve que acabar dentro do Palácio dos Martírios, depois do último encontro do prefeito com o governador Renan. Foi o fim da corrida de Rui para ter todos os caciques políticos do Estado em seu palanque.
E Benedito diante de um vereador do seu partido teria protestado: – Imagine, eu na minha idade levar uma rasteira dessa de quem ajudei todo esse tempo.
O jogo dos tucanos com o PMDB acabou e deixou também em situação mais tranquila o Secretário Municipal de Saúde, José Thomaz Nonô, que não estava se sentindo muito confortável com a grande aliança que se anunciava.
Assim como “Biu”, Nonô sempre foi das grandes disputas.