20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Bergamo: hipótese de renúncia de Dilma já é admitida por petistas

Em conversa com Cunha Lula prevê riscos de convulsão social.

No olho do furacão, Dilma Rousseff descartou enfaticamente qualquer possibilidade de renúncia em função da crise que vive o governo. Mas,  segundo a Mônica Bergamo, colunista da Folha de S. Paulo, a renúncia já é admitida entre petistas.

Disse a colunista que dirigentes históricos e ligados ao ex-presidente Lula acreditam que ela possa ser levada a uma atitude extrema em caso de “total ingovernabilidade” do país, o que pode ocorrer com a eventual derrubada do pacote fiscal a ser enviado pelo governo ao Congresso nos próximos dias.

A quase totalidade das medidas de corte de despesas e aumento de receitas anunciadas pela equipe econômica esta semana depende de aprovação do Parlamento, onde Dilma tem enfrentado forte resistência de oposicionistas e até de partidos aliados.

A oposição lançou um movimento contra o aumento de impostos e tributos. O principal objetivo é barrar a recriação da extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

A avaliação de dirigentes petistas, segundo Mônica Bergamo, é de que Dilma tem três semanas para virar o jogo e se estabelecer como única alternativa de poder no país até 2018. O entendimento entre eles é de que, mesmo que o Supremo Tribunal Federal (STF) barre um eventual processo de impeachment, o desgaste da situação poderia causar uma conflagração no Brasil.

O risco de uma convulsão social foi levantado pelo ex-presidente Lula em conversa com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo o jornal O Estado de S.Paulo. No encontro, de acordo com o jornal, o petista pediu ao peemedebista para barrar pedidos de impeachment contra a presidente e apoiar medidas do ajuste fiscal.

O Planalto aguarda os desdobramentos da delação premiada do lobista Fernando Baiano, apontado pelos investigadores da Operação Lava Jato como operador do PMDB. A expectativa é de que suas revelações possam “arrastar” os principais líderes do partido do vice-presidente Michel Temer para o “precipício”, afirma Mônica Bergamo. Temer é quem assume o lugar de Dilma caso a presidente se afaste do cargo.