Há no País hoje um certo “mimimi” das autoridades por conta da reação da sociedade contra a excrescência chamada “auxílio moradia”. E as reações ganham as redes sociais, quase sempre de forma bizarra.
O tal “auxílio” não é uma exclusividade da magistratura brasileira não. É de ministros, procuradores, parlamentares e tantos outros que cultuam a categoria do parasitismo sanguessuga do dinheiro público.
-Mas eu sou a autoridade e é legal! Bradam alguns.
Ninguém quer perder vantagem. Pelo contrário, quanto mais se tem mais se quer. Tanto é assim que no Rio de Janeiro suas excelências da magistratura passaram a receber não apenas o auxílio moradia, mas também os “auxílios” saúde, a pré-escola, educação, alimentação e auxílio-transporte.
Na maior cara de pau.
Em 2005, o governo enviou ao Congresso um plano de reestruturação da carreira dos magistrados que acabava com o penduricalho de R$ 12 mil, à época, asseguraria o reajuste natural das autoridades e reestruturaria a carreira dos homens e mulheres do judiciário. Por alguma razão ou lobby de alguém o Congresso não votou a matéria.
Resultado: O Brasil tira anualmente do Tesouro a “bagatela” de R$ 9 bilhões para bancar os “auxílios” de todos.
Na situação em que o País vive atualmente, mergulhado na incerteza, na falta de vergonha, na mentira, nos escândalos e na corrupção escancarada, seja de que forma for, situações como essas, de penduricalhos em penduricalhos, vai nivelando todos na vala comum.
O problema, portanto, está em nós. Atiramos as pedras para todos os lados com a ideia fixa de que os culpados são sempre os outros. No entanto, somos exatamente aquilo que fazemos. E quando flagrados naquilo que fazemos sem nobreza alguma aí o mundo desaba.
Assim estamos vivendo, indistintamente.
O que nos falta enquanto Nação, País e República é confiabilidade. Sem isso não há credibilidade em nada. O estado de degeneração dos poderes e instituições implodiu tudo. A lama domina feito areia movediça no pantanal e não chega ninguém com um “auxílio”.
E, neste caso, seria o auxílio da vergonha.