18 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Câmara intermediará reunião entre Executivo e Promotores para discutir emendas a LOA

135 mil crianças e adolescentes estão fora da sala de aula atualmente e o orçamento previsto para 2018 prevê a criação de apenas seis mil vagas

A Câmara Municipal de Maceió vai intermediar uma reunião de promotores e magistrados que trabalham com a Infância e Adolescência na capital alagoana com o Executivo municipal.

O objetivo é tentar elevar os valores do orçamento para a Educação e Assistência Social que constam no projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) produzido pela prefeitura para o ano de 2018.

A LOA está em tramitação na Casa e deve ser votada até 15 de dezembro. A decisão da reunião conjunta saiu de um encontro que ocorreu nesta quarta-feira (29) entre os vereadores, a juíza da Infância e Adolescência, Fátima Pirauá, e os promotores públicos Alexandra Beurlen, Marluce Caldas e Ubirajara Ramos.

Os membros do Ministério Público Estadual e a titular da 28ᵊ Vara da Capital fizeram visita oficial aos parlamentares com o objetivo de que os representantes do Legislativo possam, por meio de emendas, rever os valores que serão destinados às duas áreas que, no entender deles, estão com recursos muito aquém do necessário para que o Poder Público possa executar suas obrigações legais.

Segundo dados da promotora Alexandra Beurlen, pelo menos 135 mil crianças e adolescentes, em idade escolar, estão fora da sala de aula atualmente e o orçamento previsto para 2018 prevê a criação de apenas seis mil vagas na rede municipal, criando um déficit de mais de 100 mil novos acessos ao ensino em Maceió.

A integrante do MPE alertou ainda para os valores destinados à assistência social. Segundo ela, o orçamento do setor este ano foi de R$ 30 milhões. Para 2018, será de R$ 50 milhões. No entanto, parte desses R$ 20 milhões a mais será destinada ao pagamento de pessoal, situação que não existia anteriormente.

Além disso, mais de R$ 11 milhões foram remanejados para outros setores da administração. “No final das contas, não há aumento de recurso e sim um déficit que vai se refletir, com certeza, em mais violência, em mais drogas e mais famílias destruídas”, completou.

O presidente da Câmara Municipal, Kelmann Vieira (PSDB), demonstrou a disposição da Casa para buscar uma solução para o problema.

Já a vice-presidente da Câmara, Silvania Barbosa (PRB), sugeriu que parte dos recursos arrecadados com os radares eletrônicos seja destinada à educação. “Maceió está repleta de pardais (radares eletrônicos) que, por meio das multas, têm sido boa fonte de arrecadação para a prefeitura. Se estamos falando em ajudar segmentos como a Educação da cidade, vou estuar com minha equipe na elaboração de uma emenda para parte dos recursos do setor de trânsito possa ser destinada àquela pasta”, propos.