1 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
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Cara pálida: A quem interessa mesmo a privatização da Ceal e demais?

Imagine que a história diz que a privataria tucana deixou para o País um prejuízo de quase R$ 2,5 bilhões

 

Mobilização dos servidores (Foto: Ascom  Urbanitários)
Mobilização dos servidores (Foto: Ascom Urbanitários)

Na época da ditadura militar o setor de energia elétrica do país era tratado como uma área mais que estratégica. Era tido como “imexível” e um problema da segurança nacional. Descontados os exageros diante da paranóia do terrorismo, a visão remetia a necessidade do desenvolvimento. Assim foram surgindo hidroeléricas em todas as regiões do País.

O setor cresceu, fez políticos, enriqueceu muita gente, levou calotes históricos de empresários e industriais que hoje vão às ruas dizer que querem um “Brasil livre” – inclusive aqui na terra alagoana – e agora o governo Temer retrata a Eletrobrás e suas concessionárias como o cão ao meio dia em ponto chupando manga.

Não poderia dar em outra coisa. Privatização. No governo Fernando Henrique, a privataria praticada contra ativos importantes do País também serviu para enriquecer muita “gente boa” que hoje coloca a áurea da honestidade sem nunca ter sido.

Segundo o jornalista Aloysio Biondi, no livro “O Brasil Privatizado”, o País teve um prejuízo de quase R$ 2,5 bilhões. Ele cita: “O governo diz que arrecadou 85,2 bilhões de reais com as privatizações. Mas contas “escondidas” mostram que há um valor maior, de 87,6 bilhões de reais, a ser descontado daquela ‘entrada de caixa'”(p. 68) .

Nessa época o governo privatizou as empresas do sistema Telebrás, a mineradora Vale do Rio Doce, entre outras, e o rio de propinas fluiu em meio ao ninho tucano, sem que autoridade nenhuma tivesse a preocupação com o tamanho do prejuízo nacional.

Agora o novo presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Júnior, diz claramente que a privatização “é o melhor para todo mundo”. Aqui na velha Ceal – vítima de calotes de industriais e prefeituras – os servidores estão a se perguntar: – Bom para quem mesmo cara pálida?

Os interesses dos privatizadores de antes são os mesmos dos de hoje. Alguém vai levar grande vantagem nisso e, com toda certeza, não serão os empregados do sistema Eletrobrás e muito menos os consumidores de cada cidade alagoana ou brasileira que precisam de energia elétrica a todo o tempo.

Essa é a política avançada do “estado mínimo” do atual governo que rende dividendos só para eles e, certamente, esse rendimento não tem nada ver com os juros módicos da poupança do cidadão comum.

Assim, mais cedo ou mais tarde aqui que se faz oculto torna-se explícito.

 

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