Não foi sem polêmica a escolha do relator da CPI da JBS. O deputado Carlos Marun (PMDB-RS) membro da tropa de choque governista e um dos mais fiéis aliados de Michel Temer (PMDB), será o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da JBS.
Ainda há o detalhe de a empresa ter doado mais de R$ 100 mil às campanhas do parlamentar e do vice-presidente da comissão, senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), em 2014.
Já o presidente da CPI, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), teve uma reunião neste final de semana com Michel Temer, no Palácio do Jaburu, em Brasília, e recebeu de Temer a promessa da realização de obras em seus redutos eleitorais no Tocantins.
A base governista já admite que pretende convocar o ex-procurador Marcello Miller, além de pedir a quebra dos sigilos bancário e telefônico do escritório Trench, Rossi e Watanabe, que negociou o acordo de leniência do grupo J&F. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também deve ser chamado para depor na CPI.
A JBS tem como um dos donos o empresário Joesley Batista, que gravou uma conversa com o presidente Temer, em maio deste ano, em troca de imunidade total.
Entretanto, novas gravações, liberadas na semana passada, implicaram Marcello Miller e levaram ao procurador Rodrigo Janot, da Procuradoria Geral da República, a revogar a imunidade. Joesley encontra-se em prisão temporária decretada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.