20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Caso Capitão Rodrigues: Agnaldo Lopes é condenado

Sentença foi de 17 anos e 3 meses pelo assassinato do PM em 2016; Lopes confessou o crime, mas disse ter sido uma fatalidade

A 9ª Vara Criminal de Maceió encerrou pouco antes de meia-noite desta segunda-feira (4) o júri popular do réu Agnaldo Lopes de Vasconcelos, acusado de homicídio contra o capitão da Polícia Militar Rodrigo Moreira Rodrigues, no Fórum da Capital. O magistrado Anderson Santos dos Passos conduziu a sessão em que o réu foi condenado a 14 anos e 3 meses pelo assassinato do policial, mais três anos de porte de arma.

No total, Agnaldo Lopes foi sentenciado a 17 anos e 3 meses de prisão em regime fechado. Vasconcelos já estava preso há 1 ano e 7 meses no Presídio Cyridião Durval e Silva e agora vai cumprir o restante da pena no Presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira. A decisão cabe recurso.

O PM foi assassinado com um tiro no pescoço durante uma ocorrência policial no dia 9 de abril de 2016. O militar buscava um suspeito de roubo de celular. Vasconcelos, foi preso horas depois. Ele confessou o crime, mas disse que foi uma fatalidade.

A mãe do militar, Genilda Rodrigues, falou sobre a dor da família com a morte do filho. “Ninguém sabe o tamanho da nossa dor. Cada dia que passa ela aumenta. Ele não voltará”.

Prestaram depoimento no julgamento Felipe Rangel Jucá, que teve o celular roubado no dia do crime, Ângelo Barbosa, policial que fazia as buscas com o capitão Rodrigues, e a esposa da vítima, que também é militar.

O último a depor foi o réu, que alegou inocência e disse ter sido torturado após o assassinato do PM. Ele contou ao juiz que levou choques elétricos, tapas e que um saco plástico foi colocado em sua cabeça, e que um policial do BOPE o retirou de onde estava e o levou para a delegacia.

O caso

De acordo com o processo, no dia 9 de abril de 2016, no bairro Santa Amélia, no Conjunto Jardim Petrópolis II, em Maceió, a Polícia Militar realizou uma operação de busca a um celular quando bateu à porta de Agnaldo Vasconcelos, pois o rastreamento via GPS indicava que o aparelho poderia estar naquela residência. Posteriormente, foi constatado que o celular estava, na realidade, em uma casa próxima.

Agnaldo não abriu a porta, e quando o capitão Rodrigues tentou pular muro, foi atingido por disparos efetuados pelo morador. A defesa afirma que os policiais não se identificaram corretamente e que o réu agiu em legítima defesa. A acusação sustenta que o réu sabia que se tratava de policiais. O réu foi preso no dia seguinte e estava custodiado desde então.