19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Chamado de “mafiosinho”, Joesley fica em silêncio na CPMI da JBS

Deputado Carlos Marun (PMDB-MS): O senhor chegou a um momento em que, o senhor que era um mafiosinho de terceira categoria, resolveu achar que era o Al Capone

Convocado para prestar esclarecimentos em audiência conjunta da CPMI da JBS e da CPI do BNDES, o empresário Joesley Batista, controlador do grupo J&F, seguiu a orientação de seus advogados e não respondeu às perguntas dos parlamentares.

Na CPMI, o empresário nem chegou a fazer um pequeno discurso, como fez Ricardo Saud, e limitou-se a dizer “bom dia. Me mantenho em silêncio”.

Assim que o presidente do colegiado, senador Atáides Oliveira (PSDB-TO) passou a palavra a Joesley Batista, o advogado Ticiano Figueiredo esclareceu, conforme já havia feito em ofício enviado às CPIs na semana passada, que “ressaltado a situação jurídica” ele não responderia a nenhuma pergunta, respaldado pelo direito constitucional de permanecer calado.

“Mesmo para quem é muito rico, um bilhãozinho de reais a mais não é ruim. Vou dizer uma coisa que disse ao seu irmão (Wesley Batista, também preso): acho que o senhor não é tão bandido quanto confessa ser, sinceramente”, declarou o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) olhando Joesley nos olhos. “O senhor chegou a um momento em que, o senhor que era um mafiosinho de terceira categoria, resolveu achar que era o Al Capone”, disse.

Preso desde setembro por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), Joesley Batista chegou ao Senado pouco depois das 8h escoltado por agentes da Polícia Federal e acompanhado por seus advogados. Até começar a reunião ele permaneceu aguardando em uma sala isolada. A estratégia do executivo, de permanecer em silêncio, foi a mesma adotada pelo irmão Wesley Batista e pelos ex-diretores da J&F Ricardo Saud e Francisco de Assis e Silva, que já estiveram no Senado.

Próximos passos

O depoimento de Joesley era considerado um dos mais importantes pelos parlamentares. Outra oitiva considerada chave pelo senador Ataídes Oliveira é a do ex-chefe de gabinete do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, Eduardo Pelella.

O depoimento de Pelella estava marcado para o dia 22 de novembro, mas não ocorreu porque um mandado de segurança, impetrado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a convocação foi deferido pelo ministro Dias Toffoli.