O senador Fernando Collor (PTC) comentando os altos índices das eleições deste ano disse que se trata de “um aviso ao político de que não estamos atendendo às expectativas do eleitorado”.
E acrescentou: “isso representa a descrença do eleitor com a política nacional”.
Pasmem!
O senador Collor faz a leitura dele como se fosse um cidadão equidistante desse processo e do atual – e bem peculiar – momento político brasileiro.
A leitura é real. Uma grande parcela do povo está, de fato, desencantada com o meio político sim.
Mas é verdadeiro dizer que o senador alagoano simboliza esse desencanto, principalmente pelos acontecimentos recentes em seu currículo, a partir dos processos que responde na Operação Lava Jato.
Na semana passada o Supremo Tribunal Federal retirou o segredo de justiça dos processos originados no Ministério Público Federal contra o senador, onde ele foi denunciado em agosto de 2015 sob a acusação de ter recebido mais de R$ 29 milhões em propina entre 2010 e 2014, por meio de contratos envolvendo postos e distribuição de combustíveis firmado entre a BR Distribuidora e a Derivados do Brasil, em um caso, e entre a BR Distribuidora e a UTC Engenharia, em outra operação.
E mais: Segundo a imprensa nacional divulgou o relator da Operação Lava Jato no Supremo, Teori Zavascki, determinou no processo que Collor devolva aos cofres da União R$ 154,75 milhões do esquema de corrupção.
Portanto, o senador manifestar-se como um grande altruísta nessa história é conto da carochinha. Está mais que claro que a rejeição da sociedade ao processo eleitoral é justamente devido ao livre trânsito que tinha o senador Collor e muitos companheiros dele pelos dutos do “petrolão”, que conduziram a destinos nada nobres bilhões e bilhões de dinheiro público.
Isso, evidentemente, ninguém aguenta mais.