O senador Fernando Collor considerou “arbitrária” a operação da Polícia Federal que fez uma devassa nas empresas da Organização Arnon de Mello e nas próprias residências do senador, em Maceió e Brasília, bem como de outras pessoas ligadas a ele.
A questão é que a PF veio a Maceió, assim como esteve em outros estados brasileiros, com autorização expressa de três ministros do Supremo Tribunal Federal – Celso de Melo, Teori Zawascki e Ricardo Lewandowski.
Isso por si só leva o problema da investigação sobre o senador e suas empresas para um patamar jamais visto na história da investigação da corrupção política no Brasil. Afinal, Fernando Collor, além de senador é um ex-presidente da República.
Se três ministros do STF assinam ordens de busca e apreensão nas empresas e imóveis de Fernando Collor é por que alguma coisa foi encontrada de grave durante as investigações da própria PF e do Ministério Público Federal, que conduziu as oitivas das delações premiadas do doleiro Alberto Yousseff e do empreiteiro da UTC, Ricardo Fonseca. Este último acusou o senador de receber mais de R$ 20 milhões do esquema fraudulento da Petrobrás.
A situação do senador Collor, até que se prove em contrário, é gravíssima sobretudo pela exposição negativa de sua imagem pública na mídia nacional. O que os ministros buscam, no entanto, com a operação realizada em Alagoas é consolidar provas das acusações que foram feitas ao senador.
Se encontraram ou não alguma coisa em Maceió é um mistério, até então. Mas, ao que parece, o drama vivido agora por Collor só tende a aumentar, tal como um edifício arranha céu em construção.