De repente o Considerado começou a se questionar sobre a reforma trabalhista e esbravejar em casa contra os deputados que votaram a favor do projeto do Temer. – Traidores do povo!
Assustou até a própria avó que assistia uma novela em um dos canais abertos de TV. Dona Nildinha chegou a pedir-lhe explicações sobre a reforma, mas sem ter base para discussão, o neto desconversou.
Por isso mesmo achou que estava na hora de se informar melhor sobre o tema. Sabia que do parlamento sequioso para atender a interesses de banqueiros e megaempresários do País, não poderia vir nada de bom. Mas, faltavam-lhe detalhes.
Bateu-lhe a ideia. Quem é o cara que é acadêmico de Direito, antenado nas questões trabalhistas, foi assessor de governador e de procurador da Assembleia? Quem? O indefectível Batoré.
Logo, pegou o celular e marcaram um encontro no Bar do Lula, atrás do Cepa. Entre uma cerveja e outra, Considerado começou a perguntar o que era essa reforma que ele já era contra mesmo sem saber direito.
–Diga amigo, essa reforma vai me prejudicar?
-Você, Considerado, não estou entendendo…
-Esse negócio de reduzir salário, parcelar dinheiro das férias, não pagar multa do FGTS isso prejudica a gente.
-A gente quem?
–Os trabalhadores…Você parece que não sabe de nada Batoré.
-E eu sou deputado ou algum corno para andar misturado com isso!
–Calma babá…
-Babá é puta que pariu e o corno que amassou.
-Meu Deus o homem endoidou...
-Quem endoidou foi você!
–Eu, por quê?
-Por que anda com essa história de reforma trabalhista.
–É meu direito de cidadão.
-Só que tu nunca desse um dia trabalho pra ninguém…Nem carteira de trabalho tem.
–É lasca, esse pessoal da direita só sabe agredir!