20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Considerado, Pavuru e os R$ 20 milhões do senador

 

Collor 2Suando mais do que tampa de chaleira, Considerado chega com aquela cara de quem comeu e exagerou. E de fato havia pouco tempo que tinha se empanturrado no restaurante do Clóvis, lá no Aldebaran.

Disse que tinha comido uma picanha de novilha no forno, segundo ele, “maravilhosa”. Quis saber quem havia patrocinado tamanha fartura, ao ponto de deixá-lo quase sem respirar graças à gula que lhe é bem peculiar.

Assim, soube então de um novo amigo dele responsável pela comilança. – Quem foi que bancou essa farra mesmo?  – Meu amigo Pavuru.  – Quem Considerado? – Um amigo meu que o irmão dele era amigo daquele senador…

Um amigo de nome estranho com relações políticas avançadas, percebí que havia história nesse caso e pedi que contasse quem era esse tal Pavuru.  Disse-me que o cara é conhecido como Rei Momo do Senegal, Sonho de Valsa, Banda Larga e seguiu com mais de dez apelidos do rapaz.

Mas o que chamou a atenção dele foi à conta. Considerou um tanto salgada. Só que o dito Pavuru pegou a nota, puxou a caneta e fez um rabisco no papel.  O dono do bar, digo, do restaurante, chega e reclama: – Pavuru você já tem quase um milhão de notas aí, vamos resolver logo isso.

Segundo Considerado, o cara respondeu que aguardasse que ele estaria esperando receber um troco de um certo senador …

Consderado então perguntou:

 – Que troco é esse amigo Pavuru?

– Você não viu não, a matéria da Veja com aquele senador alagoano acusado de receber R$ 20 milhões do esquema da Petrobrás?

– Eita… Isso eu não vi não.

– Pois foi. E eu só vou pagar essa conta quando receber um troco do senador. Afinal, são R$ 20 milhões.

– Se é assim, me bote nessa boquinha também.

– Aí você está querendo demais. Já não basta o que comeu aqui?

– Bem… Mas me diga uma coisa: é verdade mesmo essa história dos R$ 20 milhões?

– Se é verdade ou não, eu sinceramente não sei. Mas acho que todo alagoano deveria cobrar um troquinho desse dinheiro…

– Eu cobrei e você acaba de dizer que estou querendo demais.

– A sua parte você comeu em picanha.

– Meu Deus… O que o povo da vila Brejal não faria com R$ 20 milhões.

– Você é doido? Esse dinheiro não vai chegar aí não…

-Minha Santa Dinda!  E vai para onde?

– Aí eu não sei. Talvez para a santa mesmo. Ou quem sabe…

– Será que o Pequeno Polegar sabe disso?

Essa mania que o Considerado tem de me colocar nas conversas dele eu não gosto. Principalmente numa história dessas. E por isso reclamei de imediato.

– O que eu tenho a ver com isso meu amigo?

Você é jornalista e é metido a saber de tudo.

– Que metido que nada, eu faço o meu trabalho.

– E por que você não falou desses R$ 20 milhões?

– E eu por acaso ganhei na megasenapara ter R$ 20 milhões?

– Você não, o senador…

– Pior ainda… Aí é que não tenho nada a ver mesmo.

– É você é o santinho…

– Você está insinuando o quê?

– Quer saber de uma coisa? É melhor eu ir embora que o Pavuru está me esperando.

– E quem diabo é esse Pavuru?

– Ele é amigo do Toroca.

– E daí, por que Pavuru?

– Dizem que é a mistura de um pavão com urubu.

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