Em meio a crise e com a previsão de que quando fechar o exercício do governo o déficit primário será de R$ 170 bilhões, segundo dados do governo interino, fica difícil demais entender algumas atitudes do governante de plantão no Palácio do Planalto.
Essa história de pactuar reajuste do Judiciário em 41% – isso terá reflexo na justiça nos Estados, automaticamente – entre outros índices para mais 16 categorias do serviço público mostra apenas o tamanho da irresponsabilidade de todos no caso.
Essa brincadeirinha resultou no impacto financeiro no orçamento da união este ano na ordem de R$ 1,160 bilhão.
E isso tudo não é o pior. Imagine que nesta quinta-feira, 02, a Câmara dos Deputados que colocou Temer no Planalto aprovou, na calada da noite, a criação de mais de 14 mil e 400 cargos no serviço público este ano.
O impacto nesse caso? Segundo dados levantados pela Folha de S. Paulo será de R$ 58 bilhões já este ano de 2016.
É como se o governo e governistas estivessem buscando meios de legalizar a previsão feita para o anunciado “rombo” de R$ 170 bi este ano.
Ora, se o governo entrou para fazer diferente, melhorar a vida dos brasileiros, trabalhar sem mentir e, além de tudo ser absolutamente ético e sem corrupção não dar para entender mesmo o que acontece. É tudo muito nebuloso.
Principalmente por que o mais lógico nessa história seria o governo trabalhar com seus apoiadores para reduzir o déficit presumido e, naturalmente, apresentar à sociedade uma alternativa viável de soerguimento da economia nacional e das contas públicas.
Mas, pelo que se vê está tudo às avessas. Ou então, não estamos enxergando nada.