Embora o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB) afirme constantemente que os cofres do município vivem uma grande crise, a situação da Prefeitura parece que não é bem assim. “Ou seja, a julgar pelo contrato de publicidade que o prefeito assinou com duas agências pernambucanas, na ordem de R$ 21 milhões, há poucos meses do pleito eleitoral, pode-se afirmar que dinheiro na gestão de Palmeira não é problema”, disse o deputado federal Paulão (PT)
Os contratos com as agências de Recife foram homologados e publicados no Diário Oficia, na edição desta segunda-feira, 23. “Curiosamente, nenhuma agência alagoana teve direito à essa generosa fatia da propaganda milionária do prefeito”, destacou o parlamentar. Ganharam esse dinheiro as agência BCA Propaganda e Ampla Comunicação.
Crise– Diariamente nas rádios e demais veículos de comunicação, o prefeito fala de uma crise na saúde, na infraestrutura e para atender as demandas sociais da população. No caso das demandas, todas têm sido negadas, inclusive remédios para os pacientes do SUS, os quais só conseguem ser atendidos quando vão à Defensoria Pública para denunciar o descaso do município com os direitos dos cidadãos que dependem de medicamentos. Além disso, acrescentou que nos postos de saúde faltam gase, esparadrapo e seringas.
Na última semana, Rui Palmeira reverberou que este ano o município não iria fazer o São João de Maceió devido a crise financeira, que não permite contratar mais as bandas de forró. Se não há dinheiro, disse Paulão, a razão agora está clara. “Os recursos que deveriam ser aplicados na saúde da população estão sendo utilizados para a propaganda e isso precisa ser apurado pelo Ministério Público”, reforçou.
Placas – O deputado ainda chamou a atenção da população para quantidade de placas que o prefeito tem espalhado na cidade para anunciar o que não existe ou que nunca fez. “Há verdadeiros outdoors em locais imprórpios como nos viadutos do centro da cidade, em plenos corredores de transportes. Essas peças publicitárias além de desviarem a atenção dos motoristas em vias como Fernandes Lima, por exemplo, ainda são referências de poluição ambiental e os órgãos fiscalizadores deveriam agir nesse caso”, observou o deputado.
Segundo ele a infestação das placas, “para justificar os gastos de R$ 21 milhões de publicidade com as agências contratadas”, é tamanha que um buraco de 25 centímetos na calçada da praia de Sete Coqueiros mereceu a aplicação de 12 placas de propaganda por parte da Prefeitura de Maceió. Das duas, uma, disse: “Ou há um desespero muito grande ou é dinheiro público demais para queimar nos cofres da gestão tucana de Rui Palmeira”, concluiu.