24 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Fraude: Defuntos e empresários recebem Bolsa Família; Rio Largo lidera lista

Núcleo de Combate à Corrupção do MPF vai apurar indícios de desvios em todos os municípios alagoanos

MPF identificou quase 14 mil pagamentos ilegais em Alagoas
MPF identificou quase 14 mil pagamentos ilegais em Alagoas. Imagem: internet

O Raio-X Bolsa Família, diagnóstico feito pelo Ministério Púbico Federal (MPF), no período de 2013 a maio de 2016, mostrou que,  entre os suspeitos de irregularidades em Alagoas estão mortos, funcionários públicos e empresários. A investigação revelou que, entre os mais de 618 mil beneficiários do Bolsa Família no Estado,  13.936 são considerados suspeitos.

Eles teriam recebido irregularmente mais de R$ 56 milhões. Sendo R$ 50 milhões pagos a empresários; R$ 4 milhões a servidores públicos com clã familiar de até quatro pessoas; R$ 1 milhão pagos a beneficiários falecidos; R$ 167 mil a doadores de campanhas que doaram valores superiores ao benefício recebido; R$ 66 mil a servidores públicos doadores de campanha (independentemente do valor da doação).

Segundo o MPF/AL, a maioria das irregularidades foi identificada no município de Rio Largo, com 4,30% de recursos do programa pagos a perfis suspeitos. São considerados suspeitos beneficiários com indicativos de renda incompatíveis com o perfil de pobreza ou extrema pobreza exigido pelas normas do programa.

O município de Penedo, com 4,17%, e Pilar com 3,60%, estão entre os que registram maior número de irregularidades. Embora com o menor percentual de perfis suspeitos em relação ao total de recursos pagos pelo programa (0,39%), município de Belém também entrou na lista de irregularidades.

O Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL) expediu recomendações a todas as 102 prefeituras para que realizem visitas domiciliares a todos os beneficiários do programa Bolsa Família considerados suspeitos.