Como será o amanhã? Esta certamente é a pergunta que os militantes petistas estão se fazendo por toda parte. Desde as salas e saletas de seus diretórios até os grupos de redes sociais pelo País inteiro.
Hoje eles sabem que os sinos estão a badalar com toques graves pelo choque que, na quarta-feira, todos receberam. O líder do governo preso na Operação Lava Jato. O líder é um senador, que, no Congresso, era admirado por todos pela capacidade e habilidade de construir alianças e caminhos políticos para livrar o governo de situações adversas, como vive atualmente.
Delcídio Amaral, o líder do governo petista no Senado, preso pela Polícia Federal era tudo que o PT não queria. Principalmente neste momento em que o nível de cólera de grande parte da opinião pública contra o partido é por demais elevado.
E agora, como será o amanhã?
Os petistas não sabem. Têm certeza apenas de uma coisa: a prisão do líder, hoje, é muito mais emblemática do que a prisão do ex-todo poderoso José Dirceu. Isso por que Delcídio foi grampeado na ilegalidade, na trama, no descaramento. Não mediu as consequências de seus atos e acabou colocando em cheque o próprio Senado.
O STF determinou a prisão de um senador no País, sendo esta a primeira vez que isso ocorre depois da redemocratização brasieira. O fato abre portas para que outras prisões ocorram, considerando a possível jurisprudência criada a partir da decisão tomada pela corte suprema.
Com certeza a quarta-feira, 25, foi uma data que os senadores gostariam que não tivesse existido. Muitos tremeram no ato e outros ainda tremem até agora com o que possivelmente está por vir.
Mas, se o Senado está em choque – não apenas os senadores petistas – pior ainda está o governo. O tiro disparado do STF com munição da Procuradoria Geral da República acertou em cheio o Planalto. É como se fosse um golpe no estômago. Capaz de levar à queda.
E numa história como essa não há solução de marketing milagrosa capaz de restabelecer a imagem de imediato. Se antes já havia toda uma rede de intrigas e a propaganda às avessas do PT e do governo, agora é que tudo isso vai se maximizar. E nesse caso o PT há de reconhecer que a trapalhada de agora é intestinal.
De fato.