Nesta sexta-feira (15), dúvidas a respeito dos recibos de pagamento do aluguel do apartamento vizinho ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em São Bernardo do Campo (SP), poderão ser esclarecidas pelo contador João Muniz Leite e pelo engenheiro Glaucos da Costamarques.
Eles serão ouvidos pelo juiz federal Sergio Moro e terão a oportunidade de explicar suas versões, conflitantes, sobre a locação do imóvel.
O apartamento, utilizado por Lula ao menos desde 1998, foi comprado em 2010 por Costamarques –segundo ele, a pedido de seu primo, o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente. O MPF (Ministério Público Federal) considera Costamarques um “laranja” e diz acreditar que o imóvel seja, na verdade, do petista e que teria sido dado em forma de propina pela Odebrecht.
O engenheiro também é réu no processo em que Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, crimes que envolveriam o apartamento, segundo a força-tarefa da Operação Lava Jato no MPF paranaense. Essa ação penal não tem relação com o caso do tríplex, no qual o ex-presidente foi condenado a nove anos e meio de prisão por Moro, cuja apelação será julgada em janeiro.
No caso dos recibos, os procuradores solicitaram o novo interrogatório do engenheiro, que já havia sido ouvido em 6 de setembro, e o depoimento do contador, responsável pelos recibos.
A própria defesa de Costamarques, após a apresentação dos recibos pela defesa de Lula, havia sugerido que ele fosse ouvido novamente para “esclarecer quaisquer outras questões do episódio”.