Eduardo Campos, enquanto candidato a presidente da República, foi endeusado, aclamado, chorado, quase canonizado, sobretudo depois de morto. Mas, partiu sem que ninguém encontrasse uma explicação plausível, honesta, para o uso do jatinho que caiu com ele dentro e gerou a tragédia que todos conhecem. Campos, assessor e os tripulantes morreram na tragédia, em pleno território paulista.
Ficou no ar a celeuma sobre a propriedade da aeronave. A quem pertencia? Nem a família quis se explicar e nem os amigos de ocasião se manifestaram, embora todos soubessem quem eram os donos. Algo de estranho e podre ficara no ar, a partir de então. Nem Marina morena quis tocar no assunto, enquanto sucessora da candidatura a presidente.
Melhor mesmo era dizer que o homem era um santo. Afinal, já estava morto.
Acontece que na política não há anjos nem santos. E a mentira não prevalece por tanto tempo por mais que seja repetida cotidianamente.
Assim, demorou mas a Policia Federal descobriu que a aeronave que cortava os ares do Brasil, com Campos à bordo, era propriedade de um grupo criminoso de São Paulo, financiador da campanha do então líder político pernambucano.
Homem de discurso fácil. De carisma indiscutível e simpatia inquestionável. Mas, político na essência que para atingir seus objetivos faria qualquer coisa até se associar a uma Orcrim.
Organização criminosa esta que, segundo a Polícia Federal teria tido a participação no pagamento de propinas durante a campanha de Campos para governador e depois de presidente da República. As movimentações financeiras nas contas da organização revelaram o caminho das pedras para a PF.
Em sintese, tudo isso só serve para dizer que o País está dominado. Que o mal da política brasileira não é o partido A ou B. É a própria classe política.
Portanto, dificl se torna a cada dia de investigação e delações separar o joio do trigo.