O assassinato de dez pessoas – entre elas crianças e mulheres – por encapuzados na cidade de Cioloniza, no Mato Grosso, passou totalmente despercebido pelo Ministério da Justiça do governo Temer, segundo denunciou o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Paulão (PT-AL).
A chacina ocorreu no assentamento Taquruçu do Norte, área de conflito de terras, e mereceu uma nota de repúdio a falta de atitude do governo federal que não se posicionou e nem tomou nenhuma atitude no episódio que contitui mais um massacre no País contra trabalhadores sem terra, desta feita com as mortes até de crianças.
O massacre aconteceu na quinta-feira, 20, segundo informações da Secretaria de Segurança do Mato Grosso. Para o deputado Paulão, atos dessa natureza serão muito mais frequentes daqui para frente em consequência dos descompromisso do governo Temer com a reforma agrária e com os trabalhadores sem terra de um modo geral.
Para ele, o governo atual tem compromisso apenas com as elites econômicas, os grileiros, os grandes fazendeiros e os banqueiros do País. “Tanto é assim que a primeira medida dele no cargo foi a de criminalizar os movimentos sociais do Brasil”, destacou.
Mas, declarou que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara vai exigir apuração rigorosa do caso e ainda poderá denunciar o massacre de homens, mulheres e crianças, como neste caso, nas cortes internacionais.
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), conflitos fundiários são comuns na gleba, onde ocorreram mortes há mais de dez anos, com registros de assassinatos e agressões. A CPT destaca que investigações policiais feitas nos últimos anos têm apontado que “os gerentes das fazendas na região comandavam rede de capangas para amedrontar e fazer os pequenos produtores desocuparem suas terras”.