26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Policia

Deputado denuncia na Câmara violência policial em escola do Estado

O caso da agressão a estudantes na escola Campos Texeira foi levado à Comissão de Direitos Humanos da Câmara

Em discurso na Câmara Federal, o deputado Paulão (PT) denunciou a violência policial dentro de uma escola da rede estadual, em Maceió, quando o Grupo de Batalhão Escolar foi acusado de promover uma série de espancamentos a estudantes dentro da sala de aula.

Um video que correu as redes sociais mostra as cenas de violência patrocinadas pelos policiais, segundo o deputado, que encaminhou o caso para a Comissão de Direitos Humanos e Defesa das Minorias, da Casa, fórum do qual é presidente.

Paulão cobra punição aos responsáveis.

O episódio de violência policial contra estudantes aconteceu no dia 24 deste mês na Escola Estadua Campos Texeira, no bairro de Ponta da Terra, em Maceió.

Na manifestação de protesto feita no plenário da Câmara, o deputado cobrou apuração célere dos órgãos de segurança, da Procuradoria Geral de Justiça e do próprio governo do Estado, destacando a necessidade rigorosa punição para os atores da violência.

Para ele, os fatos ocorridos na escola representam uma profunda crise de contemporaneidade refletida na educação.”As manifestação de violência intramuros das escolas são correlatas às violências extramuros e, portanto, expressam a crise mais geral da sociedade”, disse.

Neste caso, o fato, ainda segundo Paulão, não pode ser abordado como fenômeno pontual isolado, a ser enfrentado “na lógica fascinante do concerto rápido das medidas punitivas e repressivas, bem ao gosto do estado de exceção”.

Ele disse que assim como é verdadeiro que a violência espraiada na sociedade impacta nas escolas, também é verdade que as escolas podem ser espaço para o aprendizado e a construção do futuro, influenciando decisivamente na cultura de não violência no seio desta mesma sociedade.

O caso – A investida policial contra os estudantes em sala de aula ocorreu dia 24, quando a PM disse que foi até a escola para averiguar uma denúncia de tráfico de drogas e de uso de armas de fogo dentro da escola, mas que os estudantes reagiram e houve a confusão generalizada.

No entanto o  relato dos estudantes e dos pais deles às comissões de Defesa da Criança e do Adolescente e de Direitos Humanos da OAB é de que os policiais teriam entrado na escola para supostamente proferir uma palestra, mas que acabou resultando em agressões e ameaças.

Um vídeo divulgado na internet mostra um policial se aproximando do aluno, que está sentado na sala de aula. Depois de conversar com o estudante, o PM dá um tapa no rosto dele. Em seguida, com as mãos, o policial aperta o pescoço do rapaz. Neste momento, outro policial aparece na imagem. Em seguida o aluno é arrastado para longe do alcance das câmeras.

Consta no relato na OAB que “na tentativa de se defender o estudante teria atirado uma cadeira  próximo ao agressor (policial)… mas observou ainda, que a cadeira não teria atingido o policial; que, logo após chegaram mais policiais com spray de pimenta, e armados com balas de borracha (…) onde por diversas vezes usaram palavras ofensivas; QUE, os Policiais obrigaram o declarante a retornar para o pátio da escola, então, logo após, os policias o alcançaram e mandaram o mesmo deitar-se no chão e colocar as mãos na cabeça, foi quando recebeu um chute na nuca”, detalha o Termo de Declaração divulgado pela Ordem.