Não demorou muito. Pouco tempo depois de estourar o escândalo da delação feita pelos donos da JBS, acusando o presidente Michel Temer (PMDB) de pagar pelo silêncio de Eduardo Cunha, o deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ) protocolou na Secretaria-geral da Mesa da Câmara dos Deputados pedido de impeachment contra Temer (PMDB).
O presidente teria sido gravado, em fita entregue pelos empresários, ao ministro relator da Lava-Jato Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, numa conversa onde ele não apenas ouve o relato dos empresários, de que estriam pagando mesada a Cunha e ao operador Lucio Funaro, em troca do silêncio de ambos, como incentiva a manutenção da prática.
Em reportagem do jornal O Globo, Temer é acusado de dar aval para que os repasses de dinheiro fossem feitos. O ex-assessor do presidente – atual deputado federal Rodrigo Rocha Loures – também do PMDB, como Temer e Cunha – aparece em imagens gravadas pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil.
“A espinha dorsal do governo foi quebrada hoje. O governo acabou”, disse o autor do pedido de impeachment, cujo andamento será decidido pelo presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia.
Brasil à deriva: Temer mandou comprar silêncio de Eduardo Cunha