27 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Deputados aprovam impeachment de Dilma, em um espetáculo bizarro

Cunha parte célere para se tornar vice-presidente da República.

“Pela minha ‘muler’, pela minha mãezinha de 95 anos, pelos meus amigos, pelo cachorrinho de estimação…

Esse foi o nível da caricata e bizarra votação do impeachment da Presidente Dilma Rousseff, presidida por um parlamentar que é réu no STF como acusado de ser um dos maiores corruptos da Nação, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), que será o vice-presidente da República, a partir do momento em que Michel Temer assumir o governo.

Cunha agora vice-presidente
Cunha agora vice-presidente

A votação deste domingo, 17,   deixou às claras para o povo brasileiro a qualidade da representação política que tem o Brasil. Seria esta a cara do povo brasileiro?

Pelo microfone do plenário e, sobretudo, diante dos holofotes e das câmeras das emissoras de TV desfilaram os mais diversos discursos. De direita, de esquerda e de coisa alguma. Discursos, liderais, reacionários, coerentes, incoerentes, falsos, verdadeiros, mas quase  todos extremamente enfadonhos. Os parlamentares falavam de corrupção como se fossem santos, honestos e exemplos reais da moral pública.

Em um cenário de falsidade, os deputados se reuniram.
Neste cenário o nome Deus foi citado em vão.

Mas está feito.  a banda tocou  de acordo com  a música que os politicos brasileiros mais conhecem. No tom da chantagem, da barganha, da traição explícita.

Mas, a música  disse também  que mesmo o mais longo e resplandecente reinado, em qualquer lugar do mundo, um dia tem que terminar.

O governo precisava de 172 votos para barrar a admissibilidade do impeachment pela Câmara, mas não conseguiu. A votação praticamente acabou com a bancada de Pernambuco. Coube ao deputado Bruno Araújo, do PSDB,  manifestar o voto 342 pelo impeachment. O governo teve 137 votos contra 367 votos da oposição. Sete parlamentares se abstiveram e dois não compareceram à sessão.