“Pela minha ‘muler’, pela minha mãezinha de 95 anos, pelos meus amigos, pelo cachorrinho de estimação…
Esse foi o nível da caricata e bizarra votação do impeachment da Presidente Dilma Rousseff, presidida por um parlamentar que é réu no STF como acusado de ser um dos maiores corruptos da Nação, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), que será o vice-presidente da República, a partir do momento em que Michel Temer assumir o governo.
A votação deste domingo, 17, deixou às claras para o povo brasileiro a qualidade da representação política que tem o Brasil. Seria esta a cara do povo brasileiro?
Pelo microfone do plenário e, sobretudo, diante dos holofotes e das câmeras das emissoras de TV desfilaram os mais diversos discursos. De direita, de esquerda e de coisa alguma. Discursos, liderais, reacionários, coerentes, incoerentes, falsos, verdadeiros, mas quase todos extremamente enfadonhos. Os parlamentares falavam de corrupção como se fossem santos, honestos e exemplos reais da moral pública.
Mas está feito. a banda tocou de acordo com a música que os politicos brasileiros mais conhecem. No tom da chantagem, da barganha, da traição explícita.
Mas, a música disse também que mesmo o mais longo e resplandecente reinado, em qualquer lugar do mundo, um dia tem que terminar.
O governo precisava de 172 votos para barrar a admissibilidade do impeachment pela Câmara, mas não conseguiu. A votação praticamente acabou com a bancada de Pernambuco. Coube ao deputado Bruno Araújo, do PSDB, manifestar o voto 342 pelo impeachment. O governo teve 137 votos contra 367 votos da oposição. Sete parlamentares se abstiveram e dois não compareceram à sessão.