Quando os médicos do PAM Salgadinho entraram em greve o prefeito Rui Palmeira (PSDB) logo acusou a todos de realizarem um movimento por causa do “ponto eletrônico” que a Prefeitura instalou no posto. Os médicos rebateram e denunciaram o caos absoluto no local, que não oferece a mínima segurança para o exercício profissional.
Ficou a palavra do prefeito contra a dos médicos e agora a sociedade passa perceber que os servidores do PAM tinham razão. O descaso do governo municipal para com o posto é tamanho que as salas estão desabando.
Ontem, 03, desabou o teto de uma das salas. A sorte é que foi de manhã logo cedo, quando não havia movimento e por isso não atingiu ninguém, uma vez que a sala servia como consultório de atendimento médico. Mas, já em agosto, segundo o Sindicato dos Médicos já havia desabado o teto de um centro cirúrgico.
Relatório – Mas o problema do descaso e da falta de respeito da Prefeitura de Maceió com os servidores do PAM e o próprio prédio é anterior ao desabamento de agora. Em junho o Sindicato dos Médicos enviou um relatório ao Ministério Público denunciando o caos no posto, que fica localizado às margens do riacho Salgadinho.
O relatório denunciou à época graves problemas estruturais no prédio e dizia das constantes ocorrências de desabamento de teto das salas de pequenas cirurgias e de incêndios ocorridos em dois blocos. Relatou-se ainda ao MP que em vários blocos, o piso estava afundando. Além do risco à segurança de quem trabalha, os danos à saúde da população também estavam configurados.
Foi denunciado também ao MP que o prédio “apresenta vazamentos e infiltrações em vários pontos do teto, das paredes e do piso. Encanamentos de águas servidas vivem entupidos, a maioria dos banheiros está interditada e consultórios não funcionam por conta da falta de água ou de vazamento nas torneiras. As instalações elétricas também são precárias – antigas, subdimensionadas e sem manutenção”.
O mesmo relatório encaminhado ao MPE/AL, o Sindicato dos Médicos também por meio de ofícios ao Corpo de Bombeiros Militar, CREA e a Defesa Civil, solicitando vistoria do prédio para avaliação de riscos. O curioso é que só o Conselho de Engenharia respondeu, alegando que só fiscaliza obras, o que impediria a fiscalização no prédio do PAM Salgadinho. As demais instituições silenciaram