20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Dilma elabora carta de intenções e deve propor plebiscito sobre novas eleições

Dilma Rousseff acredita que é preciso lutar pela realização de um plebiscito que consulte a população sobre a necessidade de uma eleição presidencial antecipada

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No Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência da República, a Presidente afastada, Dilma  Rousseff prepara o conteúdo de uma carta ao Senado e ao povo brasileiro, com uma série de propostas e compromissos a serem cumpridos por ela, caso retorne ao cargo do qual foi afastada em decorrência da abertura do processo de impeachment.

Entre esses compromissos, está a convocação de plebiscito sobre novas eleições para a Presidência. A carta deve ser divulgada esta semana, segundo informou Dilma, em entrevista concedida na sexta-feira passada (29), à BBC Brasil. O conjunto de propostas faz parte da estratégia para tentar convencer a maioria dos senadores a votar contra sua cassação definitiva. Para que a condenação aconteça, é necessário que 54 dos 81 senadores votem contra Dilma. Os cálculos dos aliados do governo Temer contam com 60 votos pela cassação.

Ela disse que defende o plebiscito, porque, na sua avaliação, quem pode falar o que se deve fazer não é o Congresso e nem pesquisa de opinião. “Quem pode falar é o conjunto da população brasileira que me deu 54 milhões e meio de votos”, afirmou. A expectativa da presidente é de que a proposta de plebiscito sensibilize alguns senadores, como Cristovam Buarque (PPS-DF), por exemplo, votou pelo afastamento da presidente, mas ainda não decidiu sua posição no julgamento.

E ele está entre os que têm defendido a antecipação da eleição como saída para a crfise política que se estabeleceu no país. Essa tem sido, também, a opinião da maioria da população, segundo revelado em pesquisa recentes.

No entanto, a realização de um plebiscito não depende só da vontade de Dilma. Tem que haver aprovação do Congresso, onde Temer, hoje, tem maioria. E exige, também, uma mudança na Constituição, o que não se consegue com maioria simples.

(*) Editada da BBC Brasil