O Palácio do Planalto tem razões de sobra para preocupar-se com uma possível delação do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Segundo reportagem da revista Época, da Editora Globo, divulgada no dia da prisão de Eduardo Cunha, quarta-feira 19, uma delação premiada do deputado cassado tem poder para afastar Michel Temer da presidência da República.
O motivo: Cunha arrecadava informalmente do PMDB quando Temer presidia o partido e há a suspeita de que os recursos vinham de negociatas envolvendo empresas estatais, como a Petrobras. Como presidente, Temer dividida funções como de assinar documentações e transferências bancárias com a tesouraria da legenda.
Aliados de Temer ressaltam que o atual presidente jamais teve conhecimento de eventuais irregularidades com as doações do partido, porém se esses repasses estiverem ligados com o esquema de corrupção da Petrobras, o constrangimento será um fato para o cacique do PMDB que sempre negou estar envolvido e passou a defender a saída do PT do poder.
Se Temer cair ainda em 2016, haverá eleições diretas; se a queda ocorrer no ano que vem, uma eleição indireta, em que a escolha do novo representante do Palácio do Planalto será feita pelo Congresso Nacional.