Já condenado a 15 anos e quatro meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro, no âmbito da Operação Lava Jato, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) continua a assombrar figurões da República mesmo por detrás das grades.
Segundo a coluna “Painel” deste domingo,9, publicada no jornal Folha de S.Paulo, o peemedebista deu mais um recado a quem de direito – e o conteúdo da mensagem “foi tão colérico que fez até seus aliados mais fiéis se afastarem”.
Segundo a coluna, Cunha disse a um parlamentar próximo que já chegou ao seu limite de resistência na prisão. Ameaçando fazer uma delação premiada, o ex-deputado avisou ter material para “explodir” o mundo empresarial – “a começar por gigantes do setor de carne, já abalados pela Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal no último mês”, registra o texto.
Na contramão do fato, advogados de Cunha continuam negando que o cliente esteja disposto a detalhar esquemas de corrupção que pode ter presenciado em mais de três décadas de vida pública.
Experiente e figura antes influente na política nacional – ao menos há até meados do ano passado, quando foi apeado da Presidência da Câmara –, o político fluminense incomoda especialmente a cúpula do Palácio do Planalto, devido à proximidade que tinha com o presidente Michel Temer, presidente nacional licenciado do PMDB.
“Quem acompanha de perto os desdobramentos da Lava Jato acredita que Cunha seguirá o exemplo de Duda Mendonça e tentará fechar acordo de colaboração com a PF, e não com os procuradores. Dizem ainda que ele e o corretor Lúcio Funaro, também preso, jogam juntos”, diz o texto assinado pela repórter Daniela Lima, colunista da Folha.