De olho nas eleições do próximo ano, os políticos se debruçam, nos próximos dias, no campo das decisões sobre filiação partidária. Pela legislação em vigor, o prazo para escolher um partido com direito a disputar a eleição em 2016, para prefeito ou vereador, termina no próximo dia 3. A menos que a presidente Dilma Rousseff sancione o projeto de mini-reforma aprovado no Congresso, que reduz para seis meses o tempo de filiação a um partido político, para disputar eleição.
Em todo caso, a maioria já se organiza, deixando a mala arrumada e a passagem reservada para outro partido. Alguns, por insatisfação, outros, por acomodação política, o movimento de troca de partido deve esvaziar algumas siglas desgastadas, como o PT, e engrossar outras, sobretudo as recém-criadas, como o Solidariedade, de Marina Silva.
E de olho nessa movimentação, a ordem, na sede dos partidos, é ir à caça de filiados, engrossar fileiras, conquistar reforço para fortalecer a legenda. Valem plantões de filiação, carro de som nas ruas, visitas ao interior e até promessa de cargos diretivos nas legendas, e de candidaturas majoritárias, para aqueles mais aquinhoados eleitoralmente.
QUEM SAI
O deputado Ronaldo Medeiros já sinalizou que pode deixar o PT. “Às vezes não é a gente que sai do partido. É o partido que sai da gente”, disse ele, dias atrás, em conversa informal. Se vai mesmo sair, ele ainda não decidiu, mas não esconde seu incômodo com a situação atual do partido.
Potencial candidato às eleições majoritárias do próximo ano, sondado por alguns partidos, o ex-deputado Judson Cabral não diz que sim nem que não, pelo menos por enquanto. “Não vou tomar nenhuma decisão nesse prazo (até o dia 3)”, diz ele, sem muita conversa.
No PRTB, Cícero Almeida já deu demonstrações muitas de que não está mais à vontade no partido que o elegeu. Mas não quer correr o risco de perder o mandato. Sem chance de ser ‘liberado’, vai aguardar até a última hora uma janela de saída, para uma legenda que lhe garanta a disputa majoritária da prefeitura de Maceió no próximo, nem que para isso precise ser expulso da atual legenda.
Galba Novaes também deve deixar o partido que o elegeu em busca de outra sigla, provavelmente um partido menor que lhe dê garantia de domínio, coisa que ele perdeu para Max e Marcelo Beltrão, no PRB.