17 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Eletrobrás diz que privatização da Ceal e mais cinco é o melhor para todos

Em 2014 o resultado negativo foi de R$ 3 bilhões. Já em 2015, aumentou para R$ 14,4 bilhões.

Depois que os acionistas da Eletrobrás decidiram, na semana passada,  reprovar a prorrogação as concessões de seis empresas de distribuição do grupo, que ficam nas regiões Norte e Nordeste, entre elas a Ceal e mais a Companhia Energética do Piauí (Cepisa),  Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre), Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), Boa Vista Energia e Amazonas Distribuidora de Energia, nesta quarta-feira, 27, o novo presidente da holding defendeu a imediata privatização de todas elas  até 31 de dezembro de 2017.

O novo presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, disse que a privatização das distribuidoras de energia da companhia será benéfica para todos. “A venda parcial ou total de nossos ativos de distribuição será benéfica para todos os nossos públicos e interesses, a começar pelos consumidores, pelos governos, pelos fornecedores e também para nossos acionistas e contribuintes”, disse ele, durante sua posse no auditório do Ministério de Minhas e Energia.

Relatório de uma auditoria pedida pelo Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que, das 31 maiores distribuidoras de energia do país, responsáveis por 96% do faturamento do setor, 23 estão com risco elevado de insustentabilidade financeira. Apesar das dificuldades, essas empresas distribuíram R$ 3,4 bilhões em lucros e dividendos em 2014, mesmo as com prejuízo ou dívidas incompatíveis com o seu funcionamento.

Contudo, uma análise sobre a evolução das ações da Eletrobras mostra uma valorização surpreendente, num prazo muito pequeno. De acordo com os balanços anuais, em 2014, a resultado negativo foi de R$ 3 bilhões. Em 2015, o resultado negativo aumentou para R$ 14,4 bilhões. No dia 16 de maio deste ano, as ações ordinárias valiam R$ 7,50, e as preferenciais, R$ 12,52.

Este quadro negativo teve uma reviravolta pouco tempo depois. No dia 9 de julho, houve a confirmação de que um novo grupo formaria o conselho da empresa. No dia 18 do mesmo mês, as ações da Eletrobras tiveram um salto espantoso: as ordinárias passaram a R$ 16,31, e as preferenciais, R$ 21,48.

Segundo a decisão, tomada em assembleia geral extraordinária de acionistas, até a transferência para o novo controlador, as distribuidoras devem receber diretamente da União Federal ou através de tarifa todos os recursos e remuneração necessários para operar, manter e fazer investimentos que forem relacionados aos serviços públicos, sem qualquer aporte de recursos pela Eletrobras.