26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Em meio a xingamentos conselho de ética adia decisão sobre cassação de Cunha

Nova sessão deve acontecer nesta quarta-feira. Cunha tem a maioria dos votos, segundo levantamento

Os deputados do Conselho de Ética adiaram nesta terça-feira (7) a análise do parecer que pedia a cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), deixou para a quarta-feira (8) a votação do parecer.

A decisão de Araújo foi tomada quando já havia sido encerrada a fase de discussão do parecer, quando os deputados podem falar sobre o relatório, e deveria ser aberta a votação. Naquele momento, a previsão de deputados era de que o parecer pela cassação fosse derrotado, por 11 votos a 9.

Aliados de Cunha defendem que ele seja punido, por exemplo, com a suspensão do exercício do mandato.

A sessão desta quarta-feira começou às 9h37 e durou quase cinco horas. Além das falas dos deputados em defesa e contra Eduardo Cunha, houve bate-boca.

Aos gritos de “vagabundo”, “ladrão”, “pilantra”, “patife”, “indecente” e “bandido”, o deputado Wladimir Costa (SD-PA) protagonizou um bate-boca com Zé Geraldo (PT-PA). O parlamentar do Solidariedade pediu a palavra depois de ser citado pelo petista, que como líder do partido no conselho, se pronunciou para rebater críticas de Costa ao PT. “O deputado Wladimir Costa, nem que ele lave a boca dele com soda cáustica, ele vai poder falar mal do PT […] Está mais sujo do que pau de galinheiro, como se fala. Foi denunciado por malandragem, por falcatrua. É um picareta”, declarou Geraldo.

A deputada Tia Eron (PRB-BA), única titular da comissão que ainda não havia declarado sua posição contra ou a favor da cassação, faltou à reunião desta terça-feira.

O voto de Eron era contabilizado como o que poderia definir a cassação. Com o placar estimado em 11 x 9 a favor de Cunha, Eron poderia provocar um empate em 10 x 10 se votasse pela cassação. Isso faria com que o presidente do Conselho, apontado como favorável à cassação, tivesse que votar para desempatar.