26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Em tempos de intolerância, Papai Noel tem que andar com segurança

Voluntários são atacados a pedradas enquanto distribuíam doces numa comunidade, em São paulo

Quem, quando criança, não passou as festas natalinas pensando no presente que iria receber do Papai Noel? Mesmo os que sabiam ou desconfiavam que o bom velhinho era, ninguém mais, ninguém menos que o pai ou a mãe, a fantasia e a ansiedade alimentava a expectativa pelo presente de Natal.

A tradição nascida no norte europeu tornou-se praticamente universal e atravessou gerações, alimentada pelo mesmo intuito de presentear alguém querido; de fazer a alegria da criançada. Mas hoje, fomentada, principalmente, pelo consumismo, a imagem do bom velhinho, inspirado no espírito de bondade, generosidade e caridade de um religioso nórdico que deixava presentes na porta da casa de famílias pobres, parece estar perdendo o foco do verdadeiro sentido – a solidariedade. E muitas famílias nem lembram que o Natal significa nascimento; a vinda ao nosso mundo do Menino Rei; do nosso mestre Jesus Cristo.

Estamos nos tornando secos de sensibilidade e nos contaminando pela intolerância. A mesma que levou um grupo de crianças e adolescentes da cidade de Itatiba (SP) a atacar com pedradas um Papai Noel voluntário, que desfilava de trenó pelas ruas do bairro Porto Seguro, distribuindo doces para os moradores. Foi só as guloseimas acabarem, para a fantasia dar lugar à realidade de um mundo violento e intolerante, que não ousa mais sonhar. As crianças expulsaram o Papai Noel a pedradas.

Os voluntários da boa ação não tiveram ferimentos no corpo – apenas na alma – que aprendeu, a duras pedras, que a intolerância e o ódio estão suplantando o amor e a solidariedade, até mesmo no Natal.

Só nos resta pedir a Jesus que faça renascer a força e a fé nos homens e mulheres de boa vontade. E aos que se deixaram contaminar pelo ódio e a pela intolerância, sejam eles adultos ou crianças, resta-nos elevar um prece com as mesmas palavras de Jesus: “Pai, perdoai-lhes, eles não sabem o que fazem”.