20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

FHC diz que o PSDB acabou e que a crise matou os partidos no País

Segundo Fernando Henrique nessa crise não há diferença de partidos; a corrupção atingiu a todos

Em palestra para empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) disse claramente que o seu partido PSDB acabou, como os demais partidos brasileiros em função da corrupção que contaminou o Brasil.

Presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso falou aos empresários nessa quinta-feira, 17, sobre a profunda crise política vivida pelo Brasil com os sucessivos escândalos de corrupção. No entanto, disse que os partidos não vão desaparecer, mas que no meio da lama eles não têm diferença.

FHC: a crise acabou os partidos políticos.

“Se o PSDB acabou? (Sim,) na medida que os outros partidos acabaram também. A crise é geral e não tem diferença, mas eles não vão desaparecer”, disse.

“O que aconteceu no Brasil, que foi grave, e alcançou a todos, inclusive o PSDB, há áreas que dá para recuperar”, completou.

O tucano, que governou o país de 1995 a 2002, disse que os partidos terão de se reinventar para as eleições do ano que vem. Defendeu ainda que a adoção de um mecanismo de financiamento público de campanha é inviável em meio à crise econômico e que a reforma política feita de forma paulatina, afetando inicialmente, e de forma experimental, na eleição para vereadores.

“No Brasil o representante não representa o povo, mas os interesses de clubes, igreja, sindicato. As instituições intermediárias é que conduzem o voto”, disse FHC, lembrando que os tucanos defendem a adoção do voto distrital misto e criticando o modelo de distritão, que está sendo discutido na Câmara dos Deputados.

“Seria razoável diminuir o distrito… por que não começar com vereadores e ir pouco a pouco avançando? Aí é mais natural… por que não uma visão experimetalista em vez de reorganizar tudo de uma vez?”, sugeriu.

O ex-presidente declarou que a atual reforma “está mal parada” porque ainda há pouca clareza e muita confusão. “O nosso sistema está muito deformado, mas o distritão é uma deformação maior ainda”, avaliou.

Sobre o financiamento de campanha das próximas eleições, FHC destacou que a sociedade não apoiará um fundo público para campanha eleitorais, seja qual for o tamanho, e sugeriu que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) crie contas correntes em nome dos partidos para que os eleitores depositem suas doações à legenda.