24 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Fiscalização integrada apreende material usado em pesca predatória no rio São Francisco

Analista do Ibama diz que pescadores reclamam do declínio da pesca, mas continuam continuam utilizando petrechos ilegais e pescando no período destinado à reprodução das espécies.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Durante a Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, foram retirados de circulação 3.284 covos e mais 3.200 metros de rede de emalhe (captura pela retenção dos peixes na malha da rede de emalhe, também denominada de rede de espera), também chamada pesca predatória. O material foi apreendido em embarcações e nas margens do Velho Chico, em pleno período da Piracema.

“Os pescadores reclamam continuamente sobre o declínio da pesca no baixo são Francisco, no entanto continuam utilizando petrechos ilegais e realizando a pesca no período destinado a recuperação dos estoques pesqueiros, com a reprodução dos peixes”, lamentou Rivaldo Couto, analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), da equipe Aquática da FPI.

O período de reprodução natural dos peixes na Bacia do Rio São Francisco começou no dia 1º de novembro último, e vai até 28 de fevereiro. A Portaria IBAMA nº 50/2007, que estabelece esse período, define também que, durante esse intervalo de tempo, a pesca de peixes utilizando rede emalhe é proibida, e os covos, armadilhas aquáticas para captura de camarões, devem possuir espaçamento entre talas de 2cm.

Durante a realização da FPI do São Francisco, a equipa Aquática promoveu atividades de conscientização com pescadores e ribeirinhos sobre as particularidades da pesca no rio.

Já a Marinha do Brasil sorteou 12 coletes entre os pescadores que assistiram, na Colônia de Pescadores Z-12 do São Francisco, em Penedo, a palestra “Colete salva-vidas: não navegue sem o seu”. A palestra foi uma das atividades da FPI do São Francisco da Tríplice Fronteira.

A atividade ainda contou com a presença de representantes do do Ministério Público do Estado de Alagoas e do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA). A ideia é alertar aos pescadores da necessidade de adotar medidas de segurança enquanto trafega pelas águas do velho Chico.

“O colete é necessário assim que se entra na embarcação. Seja pra ir pescar ou para transportar pessoas. Lembrando que todos a utilizarem o transporte aquático também devem usar o colete”, afirmou o capitão da Marinha, Rafael Velásquez.

Uma das instituições integrantes da equipe, a Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos de Alagoas e da Agência Fluvial de Penedo, realizou atividades de fiscalização do tráfego aquaviário na região do Baixo São Francisco, da Foz do Rio até o Município de Delmiro Gouveia.

Ao todo foram mais de 60 embarcações abordadas pelas equipes de Inspeção Naval nos municípios de Piaçabuçu, Penedo e Igreja Nova. Sete acabaram notificadas por infrações à Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário. Durante as fiscalizações, os inspetores navais verificaram as condições de segurança das embarcações, o material de salvatagem e a habilitação dos condutores, dentre outros aspectos.

“Especial atenção foi dada às embarcações que realizavam passeio na região dos Cânions e da Foz do Rio, garantindo a segurança e tranquilidade das pessoas que aproveitavam para se divertir nas águas do Velho Chico. Pode-se falar também das nossas embarcações que prestaram apoio logístico aos demais órgãos na identificação de ocupações e captações de água irregulares”, disse Rivaldo Couto.

Além do IBAMA e da Marinha, a equipe aquática é formada por servidores do IMA, Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), Superintendência de Patrimônio da União (SPU) e Instituto de Preservação da Mata Atlântica (IPMA).