26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Grampos em Romero Jucá revelam as razões do impeachment de Dilma

Em gravações Jucá revela a Sérgio Machado que o objetivo é barrar Lava Jato e estancar a sangria

“Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”. A frase dita pelo ministrodo Planejmento Romero Jucá sobre a operação Lava Jato, gravada pela Procuradoria da República e divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, revela agora qual o interesse dos políticos brasileiros no impeachment de Dilma Rousseff. O objetivo era exatamente estancar a operação Lava Jato.

Jucá é alvo de investigação na operação e as gravações feitas na conversa dele com o empresário Sérgio Machado, um dos operadores do PMDB no caso do propinoduto da Petrobrás, foram feitas uma semana antes de a Câmara votar o impeachment da Dilma, segudo a Folha. O próprio Jucá foi um dos articuladores do processo.

Diante da ameaça velada do Operador Sérgio Machado de que se fosse para a delação premiada não deixaria “pedra sobre pedra”, Romero Jucá se comprometeu em encontrar uma solução política, após o impeachment para parar a operação Lava Jato, conforme as garavações.

Os diálogos do à época senador e hoje mininstro Romere Jucá com Sérgio Machado foram gravados no âmbito das investigações da PGR. Em um dos trechos, Jucá chamou o juiz Sérgio Moro de  “uma ‘Torre de Londres'”, em referência ao castelo da Inglaterra em que ocorreram torturas e execuções entre os séculos 15 e 16. Segundo ele, os suspeitos eram enviados para lá “para o cara confessar”.

Jucá acrescentou que um eventual governo Michel Temer deveria construir um pacto nacional “com o Supremo, com tudo”. Machado disse: “aí parava tudo”. “É. Delimitava onde está, pronto”, respondeu Jucá, a respeito das investigações.

Em outro trecho o hoje ministro do Planejamento diz que  tem “poucos caras ali [no STF]” ao quais não tem acesso e um deles seria o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no tribunal, a quem classificou de “um cara fechado”.

Sérgio Machado presidiu a Transpetro, subsidiária da Petrobras, por mais de dez anos (2003-2014), e foi indicado “pelo PMDB nacional”, como admitiu em depoimento à Polícia Federal.