26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Grupo com cara de Temer ‘compra votos’ de parlamentares

Grupo diz que deputado que não votar a favor da denúncia é cúmplice de corrupção

Manifestantes da organização não governamental Avaaz, que estiveram na manhã desta terça-feira,1º no portão de desembarque do Aeroporto de Brasília, para protestar contra o governo do presidente Michel Temer e pedir ao Congresso que vote a favor das investigações contra o presidente, voltou novamente ao aeroporto nesta quarta-feira, 02, usando máscaras com o rosto de Temer e placas com os dizeres “Compro Voto – Troco por emenda”.

Os manifestantes abordam os passageiros e parlamentares que desembarcam à capital federal, distribuindo notas falsas de R$ 100.

Grupo com cara de Temer: compra de votos.

Pelo menos quatro deputados foram recebidos pelos manifestantes na volta do recesso parlamentar: os deputados Major Olímpio (SD-SP), Julio Lopes (PP-RJ), Mauro Lopes (PMDB-MG) e Esperidião Amin (PP-SC). Os cartazes lembravam ainda que são necessários 342 votos para que Temer seja investigado.

O protesto, segundo os ativistas, faz parte de uma série de ações organizadas pela Avaaz nesta semana, para fazer com que os deputados ouçam a vontade de seu eleitorado em um momento, em que Temer distribui favores políticos em troca de votos. Entre essas ações está uma pesquisa encomendada ao Ibope, na qual oito em cada 10 entrevistados concordaram com a afirmação: “Acho que a denúncia é correta e o deputado que votar contra a abertura do processo é cúmplice da corrupção”.

A Avaaz também patrocinou anúncios em rádios dos regiões eleitorais de deputados indecisos e estimulou seus membros a escreverem milhares de e-mails pressionando os parlamentares. Na quarta-feira, a ONG promete manifestações em frente ao Congresso.

O protesto no terminal de Brasília acontece uma semana depois de o aeroporto censurar dois anúncios da Avaaz com mensagens críticas a Temer. “Eles podem ter nos calado ali, mas não podem deixar de ouvir a voz do povo nas redes sociais, nas ruas, ou nesta semana, quando os brasileiros exigirão que Temer responda à Justiça como qualquer outro cidadão”, disse Diego Casaes, ativista da Avaaz.