Envolvido em denúncias de corrupção e pressionado por se recusar a deixar o País e não representar o futebol nacional em várias eventos internacionais, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, cogita a possibilidade de se licenciar do comando da entidade.
Ele manteria assim o controle sobre a confederação e evitaria que seu adversário político, Delfim Peixoto, chegasse ao poder – o que ocorreria se Del Nero renunciasse ao cargo. Hoje é real a possibilidade de Del Nero se licenciar e passar o comando da CBF para o alagoano Gustavo Feijó, que é vice-presidente do Nordeste.
A temperatura política ditada pela CPI do Senado, criada recentemente para investigar corrupção no futebol, vai ser determinante para a decisão de Del Nero.
Se a exposição da entidade e do próprio dirigente for além do que ele imagina, o pedido de licença estará amadurecido. Del Nero, segundo as informações de bastidores, tem se recusado a deixar o País com medo de ser preso.
Ainda de acordo com as informações, Del Nero já estaria definindo para quem passaria o bastão ao se licenciar da presidência. Como não há exigência de que o vice mais idoso assuma sua vaga (só é assim no caso de renúncia), ele escolheria entre todos os cinco vices o seu substituto. José Maria Marin, preso na Suíça, ainda mantém o cargo de vice do Sudeste, mas, por questões óbvias, está fora da disputa.
Delfim Peixoto, do Sul, e Del Nero estão rompidos e integram hoje dois grupos antagônicos na CBF. Já Fernando Sarney, vice do Norte, não admite nem mesmo discutir a hipótese de presidir a entidade. Acredita que isso lhe traria um desgaste muito grande, com embates constantes com a imprensa e todo o universo do futebol.
Restariam GustavoFeijó, do Nordeste, e o deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), do Centro-Sul. Feijó é o preferido de Del Nero.