23 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

HGE atendeu 324 pacientes vítimas de tentativa de suicídio em 2017

Famílias e amigos íntimos devem se atentar ao chamado comportamento suicida, como o desejo de morrer

O último relatório do Núcleo de Epidemiologia do Hospital Geral do Estado (HGE) apontou que, em 2017, a unidade hospitalar registrou 324 atendimentos relacionados às várias formas de tentativas de suicídio. No mesmo período de 2016, o hospital acolheu 299 pacientes.

O levantamento revelou que 194 pacientes foram do sexo feminino e 130 do sexo masculino. O horário de pico à procura por atendimento foi registrado entre 18h às 0h. Considerando esses dados, o índice de suicídio nos homens é maior, enquanto as tentativas de suicídio são mais incidentes em mulheres.

Entre os fatores de risco associados com o suicídio estiveram: afogamento (5), arma branca (16), arma de fogo (2), corte dos pulsos (24), enforcamento (8), atear fogo no próprio corpo (5), ingestão por produtos químicos (33), pulo de altura (8), envenenamento (64), atropelamento provocado (6) e causa não esclarecida (7). Por outro lado, o uso de medicações, principalmente comprimidos (146), aumentou a impulsividade e, com isso, o risco de suicídio.

A psicóloga da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Dayse Costa, orienta que as famílias e amigos íntimos devem se atentar ao chamado comportamento suicida. Começando com o desejo de morrer, passando por acreditar ser essa a melhor decisão, o planejamento, até, por fim, tomar a atitude.

Isso porque, há de se considerar esses “avisos”, não subestimando em hipótese alguma a capacidade que alguém tem de cometer suicídio, mesmo as pessoas aparentemente felizes e demonstrando bem-estar.

Não é fraqueza

Entre os maiores mitos sobre o suicídio, a psicóloga destaca aqueles do senso comum, como o de que o suicida é uma pessoa fraca, que quis chamar a atenção, que não lutou o bastante pela vida e que foi imprudente.

“É impressionante que sempre passe pela base dos preconceitos e que a pessoa mesmo depois de tentar um suicídio, às vezes consumado, continue sendo julgada pelos seus atos. Isso é tão forte que as pessoas têm vergonha de comentar que na sua família já teve alguém que se matou. Sugiro que as pessoas busquem cada vez mais compreensão antes de enveredar pelos sensos comuns”, completou.