25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Cotidiano

Familiares e amigos dão adeus a Aldo Ivo no Parque das Flores

O jornalista José Aldo Ivo foi um dos responsaveis pela criação do Curso de Comunicação Social da Ufal

Amigos e parentes do jornalista alagoano José Aldo Ivo foram ao Parque das Flores na manhã desta terça-feira, 7, para o último adeus ao decano da imprensa no Estado, que foi um dos responsáveis pela criação do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Alagoas (Ufal)

Alddo Ivo faleceu de parada cardíaca na manhã da última segunda-feira, após um período de internação no hospital Arthur Ramos, no Farol. O sepultamento foi às 11 horas.

Aldo Ivo: 70 anos dedicados ao jornalismo
Familiares e amigos na despedida de Aldo Ivo

Ele estaria completando 85 anos no próximo 27 de março. Tinha exatamente 70 anos de atividades no jornalismo. Aldo Ivo era irmão do escritor, jornalista, poeta e ensaísta Lêdo Ivo, e também do jornalista e escritor Floriano Ivo Júnior.

Morava atualmente com um de seus cinco filhos e enfrentava diversos problemas de saúde, que o obrigou a parar de escrever há um ano e meio. Nos anos 70, exerceu por mais de um mandato a presidência do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas.

 

A dedicação –  Em 1940, Aldo Ivo começou sua atividade em Comunicação e terminou sua jornada de vida orgulhoso por vivenciar uma de suas filhas, Beatriz Ivo – diretora de Jornalismo do SBT em Pernambuco – seguir a mesma carreira.  Em 2014, a repórter Olívia Cerqueira, da Tribuna Independente, o homenageou quando ele completava 65 anos de profissão. Durante a entrevista, Ivo revelou ser averso a tecnologias, que não tinha celular e se recusava a usar computador, além de confessar ainda ter em casa e em seu antigo local de trabalho uma máquina de escrever.

Bleine Oliveira, ao saber do falecimento do companheiro de profissão, postou em suas redes sociais uma imagem da antiga máquina de escrever e uma caneca do time de coração dele, Botafogo. Na mensagem, ela destacou a atuação de Aldo Ivo como um dos fundadores e presidente do Sindicato dos Jornalistas.

Iniciou carreira no funcionalismo público em 1957, na Imprensa Oficial. No final de 1948, já andava pela redação do extinto Jornal de Alagoas, onde começou escrever. Na empresa dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, Aldo Ivo trabalhou durante 44 anos ininterruptos e só saiu de lá quando o jornal fechou as portas. Em 1990, se aposentou, mas continuou escrevendo.  Em sua rotina, andava de ônibus e caminhava pelas ruas observando as pessoas e buscando inspiração para seus textos nas histórias que conhecia e vivenciava.

Aldo Ivo também foi editor de Turismo do semanário Tribuna do Sertão e desenvolveu atividades de assessor de comunicação. Recebeu várias homenagens por sua atuação no jornalismo, além de ter sido membro e ex-presidente da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet).

Em sua gestão como presidente do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, foi definida a criação do curso de Comunicação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

O amigo Bartolomeu Dresch acompanhou de perto a trajetória profissional de Aldo Ivo e lembrou dos tempos que, enquanto presidente e associado do Sindicato dos Jornalistas, lutou para trazer o curso de comunicação do Estado.

Ele foi um jornalista preocupado com formação dos novos jornalistas, passou por cima de tudo para garantir a formação acadêmica de jornalista. Atuante, participou de todas as manifestações sindicais em prol da categoria. Aprendi a conviver e tive o prazer de fazer um dos últimos registros com ele. Alagoas perde um militante da liberdade de expressão”, destacou Dresch.

O secretário da comunicação de Alagoas, Enio Lins, ressaltou que Aldo Ivo era um dos últimos jornalistas em atividade de uma geração brilhante formada, dentre outros nomes, por Floriano Ivo Júnior, Carivaldo Brandão, Arnoldo Jambo, Renan Rosas, Arlene Miranda, Gilberto Farias, e que, agora, entra para história do jornalismo Alagoano.

Nesse grupo de notáveis, Aldo Ivo se destacou por um trabalho incansável, sendo um dos pioneiros na cobertura do Turismo em nosso Estado. Era um apaixonado pela profissão e até pouco tempo, mesmo com a saúde bastante abalada, ligava para a Secom dando opiniões, sugerindo pautas. Ele foi um jornalista que honrou a categoria e deixa um legado muito expressivo”, declarou Enio Lins. (Com Renata Bertolino-da Secom)