24 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Justiça manda congelar Contas secretas do usineiro João Lyra

Suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro tem relação com investigação que tem o senador Fernando Collor como alvo na Polícia Federal

A Justiça da Suíça determinou, por tempo indeterminado, o congelamento de contas secretas do usineiro e ex-deputado federal João Lyra (PTB-AL) por suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro.

Segundo as autoridades suíças, uma filial do grupo dirigido por Lyra teria fechado “contratos para a venda de uma quantidade importante de etanol, em meio ao pagamento de propinas”. Por sua vez, os contratos serviram de garantia para obter diversos empréstimos e ainda pagar propina.

A Suíça iniciou a apuração contra Lyra em novembro de 2015 e, na época, o Ministério Público do país europeu “sequestrou a conta bancária” mantida pelo brasileiro.

O ex-deputado era representante da Refill Trading Corp, com sede no Panamá e com contas no banco suíço Pictet.

Collor

O caso é relativo a uma investigação que, no Brasil, também teve como alvo o senador Fernando Collor (PTC-AL).

Conforme inquérito da Polícia Federal de abril do ano passado, o senador promoveu uma “intervenção direta” na BR Distribuidora para a contratação da usina de Lyra.

Em 2010, a BR Distribuidora fechou contratos com a empresa do usineiro, a Laginha Agro Industrial S/A, movimentando R$ 5 milhões e uma linha de crédito no valor de R$ 2,2 milhões.

A PF indica que as transações financeiras tenham gerado prejuízo ao erário no valor de aproximadamente R$ 9 milhões.

O negócio só foi fechado depois da intervenção direta de Collor, de acordo com o PF. Porém, na Suíça, o ex-presidente não é citado.

Outro lado

A defesa de João Lyra afirmou que o ex-deputado não recebeu qualquer comunicação oficial a respeito de qualquer procedimento e que Lyra não está sendo investigado por corrupção ou por lavagem de dinheiro.