26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Lula x Bolsonaro: Líder nas pesquisas venceu 4 das últimas 6 eleições

Ex-presidente Lula (PT) aparece em primeiro lugar; o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) vem em segundo

Em pesquisa Datafolha divulgada no início de dezembro de 2017, o ex-presidente Lula (PT) aparece em primeiro lugar, com 34% a 37% das intenções de voto, a depender da simulação; o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) vem em segundo, com 17% a 22%.

Levando em conta as derradeiras pesquisas divulgadas pelo Datafolha nos anos anteriores às seis últimas eleições para a Presidência da República, de 1994 a 2014, o nome mais bem colocado quase um ano antes do pleito confirmou favoritismo nas urnas em quatro pleitos.

Nos outros dois, o candidato favorito no início da campanha não foi eleito. A eleição de 1994 é um exemplo de como muitas variáveis podem alterar o rumo de uma disputa.

Lula e Maluf

Em dezembro de 1993, um dos cenários do Datafolha mostrava Lula (32%) e Paulo Maluf (13%), então no PPB, nas primeiras posições. Ambos haviam disputado a eleição anterior, a de 1989, na qual Maluf terminou em quinto lugar, e Lula perdeu para Fernando Collor no segundo turno.

O impeachment de Collor acabou por fortalecer Lula, enquanto Maluf vinha da vitória para a Prefeitura de São Paulo em 1992. No final de 1993, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), então ministro da Fazenda no governo Itamar Franco, ocupava o terceiro lugar nas pesquisas, com 10%, em seu melhor desempenho.

FHC tinha, entretanto, uma poderosa carta na manga. O sucesso do Plano Real, lançado no ano seguinte por uma equipe chefiada por ele, impulsionou sua candidatura. FHC foi eleito presidente em outubro de 1994, em primeiro turno. Já Maluf nem foi candidato naquela eleição.

José Serra

Em dezembro de 2009, no encerramento do segundo mandato de Lula, Serra despontava como o nome favorito ao Planalto. Tinha 37%, enquanto Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil que nunca havia disputado uma eleição, marcava 23%.

No pleito de 2010, entretanto, o forte crescimento econômico e o apoio de Lula alavancaram a campanha de Dilma, que acabou por vencer o oponente tucano em segundo turno.

2018

Se toda eleição guarda algum grau de imprevisibilidade, a de 2018 se encaminha para ser a mais imponderável desde o fim da ditadura, tanto pelas dúvidas que pairam sobre os atuais líderes quanto pela provável pulverização de competidores.

Condenado em primeira instância por corrupção e lavagem de dinheiro, Lula pode ter sua candidatura barrada pela Justiça.

Bolsonaro, por sua vez, ainda busca um partido pelo qual concorrer. Tem contra ele a tradição de petistas contra tucanos no segundo turno das últimas campanhas.