Já não é mais tão confortáel também, no Tribunal de Justiça, a situação do desembargador presidente, Washington Luiz Damasceno Freitas.
Acusado de envolvimento em processo de desvio da merenda escolar, ele já tem o voto contra do relator no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Segundo apurou o jornalista Bernardino Souto Maior, a ministra Nancy Andrighi, relatora do processo e corregedora Nacional de Justiça adiantou o voto, pedindo o afastamento do presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas.
O julgamento, que deveria ter ocorrido na última terça-feira ficou para o próximo dia 27. Quando a data chegar, o Conselho Nacional de Justiça vai decidir se acompanha ou não o voto da relatora que recomendou o afastamnto do presidente Washington Luiz.
Ocorrendo o afastamento o CNJ deverá instaurar um processo administrativo contra o presidente do TJ de Alagoas, para apurar a veracidade dos fatos em que ele é acusado.
Entenda o caso – Em maio de 2005, a Policia Federal em Alagoas prendeu 31 pessoas, entre elas prefeitos, uma ex-prefeita e primeiras-damas de vários municípios, por desviarem R$ 8 milhões destinados a merenda escolar. A ação da PF recebeu o nome de “Operação Gabiru”.
O dinheiro foi usado para comprar uísques 12 anos, rações para cachorro e vinhos. Todos os bens comprados indevidamente eram para consumo pessoal, segundo consta nos autos processuais.
Foram presos pelo desvio da merenda escolar os ex-prefeitos Neiwton Silva, de Igreja Nova; Cícero Cavalcante e Marcos Paulo; de Matriz do Camaragibe; Carlos Eurico Leão, o Kaíka, de Porto Calvo; Danilo Dâmaso de Marechal; Neno da Laje; Fábio Lira, de Feira Grande; José Hermes, de Canapi; Fernando Sérgio Lira, de Maragogi; e Jorge Dantas, de Pão de Açúcar.
Na época o desembargador Washington foi citado por um dos presos como beneficiário do esquema do desvio da merenda.